O boxe brasileiro esperou 44 anos para poder ir ao pódio em uma Olimpíada e precisou de uma mulher para nocautear esse tabu. Adriana Araújo derrotou a marroquina Mahjouba Oubtil nesta segunda-feira por 16 a 12 e assegurou uma vaga na semifinal da categoria até 60 kg, com pelo menos o bronze assegurado. Assim, a pugilista se torna a segunda medalhista do país na história nesta modalidade.

De quebra, Adriana ajuda o país a alcançar a medalha de número 100 na história olímpica do Brasil, desde o ouro de Guilherme Paraense nos Jogos de 1920 em Antuérpia, na Bélgica. No boxe olímpico, não há disputa de terceiro lugar. Ou seja, os derrotados nas semifinais voltam para casa com a medalha de bronze.

A única medalha olímpica do Brasil no boxe até então havia saído com Servílio de Oliveira nos Jogos da Cidade do México em 1968. O pugilista do país conseguiu o bronze naquele ano.

A brasileira de 30 anos começou a luta com paciência, esperando a iniciativa de Oubtil. Com calma, conseguiu encaixar sua esquerda e abriu vantagem de 4 a 2 ao final do primeiro assalto.

Adriana manteve sua estratégia de paciência no segundo round, esperando os momentos mais seguros para atacar a rival de Marrocos. No entanto, Oubtil esboçou uma pequena reação no assalto seguinte, tirando um ponto da brasileira.

Com a vitória, Adriana Araújo irá enfrentar na semifinal dos Jogos de Londres a russa Sofya Ochigava que arrasou a australiana Alexis Pritchard por 22 a 4.

A russa Ochigava foi a algoz de Adriana na disputa do Mundial de boxe feminino na China, em maio passado, com vitória no confronto entre as duas nas quartas de final (15 a 6).

Para alcançar a histórica semifinal em Londres, Adriana Araújo precisou de dois combates. Antes da vitória sobre a adversária marroquina nesta segunda, a representante do país havia estreado com triunfo sobre Saida Khassenova, do Cazaquistão.

O boxe feminino estreou em Olimpíadas neste domingo, e o Brasil colocou representantes em todas as três categorias em disputa. No primeiro embate, Érica Matos foi derrotada por apenas um ponto. Em seguida, Adriana Araújo marcou o primeiro triunfo verde-amarelo no pugilismo entre mulheres, e Roseli Feitosa, campeã mundial de 2010, foi eliminada no fechamento do dia.

Além de Adriana, o Brasil tem mais duas chances de medalha, com dois irmãos participando das chaves masculinas. Esquiva e Yamaguchi Falcão estão nas quartas de final, e um triunfo já garante uma medalha, assim como aconteceu com Adriana. O primeiro a lutar é Esquiva, nesta segunda-feira, às 17h30 (de Brasília), com acompanhamento do Placar UOL.