Neozelandesa do boxe quer dar pausa no esporte para voltar a dançar profissionalmente

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Gustavo Franceschini/UOL

    Siona Fernandes, boxeadora da Nova Zelândia que já foi eliminada; ela quer voltar à dançar profissional

    Siona Fernandes, boxeadora da Nova Zelândia que já foi eliminada; ela quer voltar à dançar profissional

Siona Fernandes é neta de português, nasceu na Índia e está em Londres defendendo a Nova Zelândia no boxe. Eliminada na primeira rodada, ela pode pendurar as luvas assim que deixar a capital inglesa, ao menos por um tempo. É que depois de dois anos de procura, ela encontrou um grupo de conterrâneos e pode, finalmente, voltar a viver como dançarina profissional.

Aos 30 anos de idade, Siona nasceu na província de Goa, região que foi colonizada e pertenceu aos portugueses até 1961, quando foi anexada à Índia. Siona defende, no entanto, que seu povo tem religião, cultura e costumes diferentes do resto do país. Uma dessas peculiaridades é a dança típica que a boxeadora pratica, a bharatanatyam.

“É uma tradição local, como o balé é para a Rússia. Você só dança em grupos e cada um tem seu estilo. Quando eu fui para a Nova Zelândia, eu não achei ninguém que praticasse o meu estilo de dança”, disse Siona Fernandes. Na dança, diversas pessoas, trajadas com uma espécie de sári (roupa típica indiana), apresentam movimentos sincronizados que representam elementos da cultura local. 

Sem conseguir praticar no novo país, ela resolveu testar o boxe. “Foi um desafio. Eu experimentei, me diverti e a Nova Zelândia me abriu a oportunidade vir para os Jogos Olímpicos. Minha mãe no começo achou estranho, disse que preferia balé, mas hoje eu tenho todo o apoio. Ainda estou me divertindo”, disse a pugilista.

Só que ela não sabe se vai querer repetir a dose olímpica daqui a quatro anos. A ideia dela é voltar para casa e dar um tempo dos ringues. “É que nos últimos meses eu encontrei uma professora que ensina exatamente o meu estilo, e finalmente vou poder voltar a dançar. Então não sei como vai ficar o boxe daqui para frente”, concluiu.

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