O asfalto molhado e uma pitada de azar acabaram com uma bela prova desenvolvida pela brasileira Pamella Oliveira neste sábado, na disputa do triatlo feminino dos Jogos Olímpicos de Londres. A capixaba de 24 anos esteve entre as líderes da prova, mas durante o ciclismo sofreu um tombo e viu sua chance de pódio acabar, encerrando na 30ª colocação uma competição marcada por um empate na liderança.

Pamella, medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, fez sua estreia em Olimpíadas e mostrou que poderia entrar na briga entre as favoritas.

A medalha de ouro acabou indo para a Suíça, em um sprint de arrepiar e com um “empate técnico”. Apesar do mesmo tempo de sua principal rival, a suíça Nicola Spirig faturou com 1min59s48, depois de quase ser ultrapassada pela sueca Lisa Norden. Até na foto ficou difícil de saber quem levou a melhor, mas a classificação oficial dos Jogos deu o triunfo para Spirig, em um resultado que ainda deve gerar debate.

De acordo com a organização, o estudo do photo-finish mostrou uma margem menor de 15 centímetros em favor da triatleta suíça. Apesar da cabeça da norueguesa aparecer na frente, eles explicaram: “O atleta cujo torso cruza a linha de chegada em primeiro é declarado vencedor. Se o tempo de dois atletas não tem diferença, duas câmeras colocadas na linha de chegada são usadas e elas mostraram o torso de Spirig cruzando em primeiro. Isso nunca aconteceu num triatlo olímpico”, comunicaram.

A prova da brasileira começou muito bem. Pamella esteve próxima das líderes e encerrou a natação na quarta colocação, a apenas dez segundos da melhor colocada.

No entanto, sua sorte mudou com cerca de 25 minutos de prova, depois de ela ter ocupado até a liderança do triatlo. Já no ciclismo, ela acabou prejudicada pelo asfalto molhado em Londres. Durante uma curva, sua bicicleta derrapou e a brasileira levou um tombo - outras competidoras levaram a pior no mesmo ponto, com pelo menos mais duas quedas semelhantes.

Apesar de nenhuma lesão séria, ela mostrou ter ficado com dores da queda, mas montou novamente no selim e retomou a prova. Sua colocação, no entanto, caiu muito e ela chegou a ficar em 40º lugar, junto ao pelotão - no aguardo para tentar se recuperar na corrida.

Na segunda transição, já entrando no atletismo, Pamella cruzou com o segundo pelotão, mais lento, na 38ª posição, já muito atrás para tentar uma das medalhas, mas mostrando uma boa recuperação, em 30ª. Ela ficou 4min14s atrás da campeã.

O Brasil tem como melhor resultado em Jogos Olímpicos a 11ª colocação de Sandra Soldan, em Sydney-2000. Pamella havia deixado claro que a sua intenção era quebrar essa marca e pela primeira vez colocar o país no top 10 do triatlo.