Duplas masculinas se desencontram na Vila e começam a escancarar rivalidade pelo ouro

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Ryan Pierse/Getty Images

    Pedro Cunha minimiza favoritismo de compatriotas e diz que jogo encaixa contra Emanuel e Alison

    Pedro Cunha minimiza favoritismo de compatriotas e diz que jogo encaixa contra Emanuel e Alison

Durante os últimos meses tocar no tema da recente rivalidade entre os ex-parceiros Emanuel e Ricardo foi uma espécie de tabu. Com novos parceiros, os campeões olímpicos de Atenas-2004 e medalhistas de bronze em Pequim-2008 conseguiram classificação para os Jogos de Londres e agora, próximos do momento de decisão, começam a lidar com uma inevitável nova situação de antagonismo esportivo.

RICARDO E PEDRO VENCERAM A ÚLTIMA

O último embate entre as duas duplas olímpicas do Brasil em uma partida decisiva aconteceu na República Tcheca em maio. Na oportunidade, Ricardo e Pedro Cunha derrotaram Emanuel e Alison na final por 2 sets a 1.

Ricardo e Pedro Cunha asseguraram a classificação para as quartas de final do vôlei de praia na última sexta-feira, com vitórias sobre os espanhóis Herrera e Gavira. Neste sábado, foi a vez de Emanuel e Alison assegurarem uma vaga entre os oito melhores com o triunfo diante dos alemães Erdmann e Matysik.

Até o momento, as duas duplas masculinas brasileiras têm se desencontrado em Londres, mesmo na Vila Olímpica, em razão de atuarem sempre em dias alternados na programação olímpica do vôlei de praia. Do lado de Ricardo e Pedro Cunha, já adiante na chave, a badalação sobre os compatriotas campeões mundiais é admitida como uma inspiração de "correr por fora".

"Que falem deles, está bom. A gente tem só um ano de parceria e tivemos o melhor começo de uma dupla em 12 competições. Mas podem falar deles, se a gente ganhar está bom", declarou Pedro Cunha após vitória de sua dupla na última sexta.

ALISON E EMANUEL VENCEM ALEMÃES COM FACILIDADE E AVANÇAM

  • Alison e Emanuel estão nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Londres. Neste sábado, a dupla venceu fácil os alemães Jonathan Erdmann e Kay Matysik por 2 sets a 0, com parciais de 21/16 e 21/14. Seus próximos adversários serão Grzegorz Fijalek e Mariuz Prudel, da Polônia.

"Nosso jogo encaixa com o deles, temos um bom histórico de vitória contra eles. Se a gente se encontrar, vamos ver o que acontece", acrescentou o atual parceiro de Ricardo.

Apesar do histórico de três medalhas olímpicas, Ricardo foi tratado nos últimos meses ao lado de seu novo parceiro como uma segunda força brasileira, em comparação ao status atual de Emanuel e Alison. Mesmo assim diz não se incomodar.

"É que eles têm mais tempo de time, não incomoda. Eu passei por isso em Sydney também. O Emanuel estava com o Loiola e ficou em 9º, e eu com o Zé Marco fiquei com a prata", diz o experiente atleta.

Agora na condição de rivais, os brasileiros contam com a agenda para evitar encontros no ambiente olímpico antes de um possível encontro na arena de Horse Guards Parade. Nem mesmo na Vila Olímpica as duplas favoritas do vôlei de praia têm convivido.

"A gente não tem se cruzado aqui, só encontros mais rápidos. Porque temos jogados em dias diferentes. Quando um está aqui [arena olímpica] e outro está no Crystal Palace [centro de treinamento da delegação brasileira]. Na Vila Olímpica também estão em prédio diferente do nosso. Que a gente se encontre na final, e não da disputa de 3º lugar", conta Ricardo.

Na sexta-feira, a eliminação dos norte-americanos Rodgers e Dalhausser nas oitavas reforçou a aposta de presença dos brasileiros nas finais. Os campeões olímpicos de 2008 foram derrotados pelos jovens italianos Nicolai e Lupo. 

Brasileiros em Londres - dia 8
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