Mayra supera derrota para rival, vence holandesa e consegue a medalha de bronze

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Franck Fife/AFP

    Mayra Aguiar derrotou holandesa por ippon na disputa pela medalha de bronze da categoria até 78 kg

    Mayra Aguiar derrotou holandesa por ippon na disputa pela medalha de bronze da categoria até 78 kg

Mayra Aguiar recuperou-se rapidamente da derrota que a tirou da briga pela sonhada medalha de ouro. Minutos depois de ser finalizada pela norte-americana Kayla Harrison, a brasileira venceu a holandesa Marhinde Verkerk por ippon e conquistou a medalha de bronze na véspera de seu aniversário de 21 anos, tornando-se apenas a terceira atleta do país na história a subir no pódio olímpico.

Antes dela, somente Ketleyn Quadros, com bronze em 2008, e Sarah Menezes, ouro há poucos dias em Londres, já haviam conseguido o feito. Mayra também dá ao Brasil uma quarta medalha que era aguardada desde o último sábado, quando saíram as três primeiras de uma só vez.

"Na hora em que acabou a luta (na semifinal), estralou o meu braço. Ela me deu uma chave de braço. Aí, levantei e só deu vontade de chorar. Engoli o choro, falei não acabou o dia ainda, vamos levar uma medalha pra casa. Foi duro", declarou Mayra após a luta, em entrevista à Record.

Mayra dominou a luta desde o começo, e precisou de menos de 1min30s para fazer um sassai e derrubar a holandesa de costas no tatame, assegurando o ippon. 

O bronze de Mayra fez o Brasil superar a sua melhor campanha do judô em Olimpíadas, com três medalhas. Em Londres, os brasileiros empataram em número de pódios com Los Angeles-1984, mas coroaram o desempenho com um ouro, conquistado por Sarah Menezes. 

A medalha consagra uma atleta que apareceu pela primeira vez aos 15 anos. Mayra surgiu para o grande público quando foi medalha de prata no Pan do Rio de Janeiro, em 2007. Um ano depois, ela foi a Pequim como promessa e não correspondeu, caindo na primeira rodada.

No último ciclo, no entanto, ela mostrou que a aposta que era feita nela não era gratuita. No período, ela foi vice-campeã e medalha de bronze em dois Mundiais seguidos, conquistou Grand Slams e tornou-se a primeira atleta do país, entre homens e mulheres, a assumir a liderança do ranking mundial desde que ele tornou-se olímpico. 

Por tudo isso, apesar da importância do bronze, a sensação de que ela poderia ter ido além é inevitável, inclusive na torcida presente no ginásio. Mas ela negou que tenha ficado um gosto amargo: "Uma medalha olímpica não tem preço. Independente da cor, é algo que vou levar por toda a minha vida. Não foi o resultado esperado, entrei pra ser campeã, mas faz parte. Ainda estou no clima de competição, mas daqui a pouco vou deitar e vou ver que tenho uma medalha olímpica".

Primeira colocada do ranking, Mayra Aguiar entrou como favorita, varreu as duas primeiras adversárias que teve pela manhã e chegou à semifinal contra sua principal rival, a norte-americana Kayla Harrison. Apesar da luta disputada, ela não resistiu ao jogo de chão da oponente e sofreu um ippon por finalização quando já perdia por um yuko.

A norte-americana Kayla Harrison acabou ficando com a medalha de ouro, ao derrotar a britânica Gemma Gibbons na final da categoria. 

"MAYRA AGUIAR CONFIRMOU SEU FAVORITISMO"

Brasileiros em Londres - dia 6
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