Já veterana, Daiane dos Santos chegou a ser colocada em xeque na seleção brasileira de ginástica feminina, mas foi quem teve o melhor desempenho na hora mais difícil. A brasileira mais bem colocada nas eliminatórias comemorou o seu desempenho, mas fez questão rebater uma crítica em especial.

“Muita gente não queria eu e a Ethiene aqui, mas a gente veio e competiu nos quatro [aparelhos] sem queda”, disse Daiane dos Santos, para depois ser mais incisiva. “A pessoa sabe quem é. Na verdade é uma pessoa só, mas eu vou deixar no ar o nome”, completou.

O alvo em questão não é nenhuma das ginastas, segundo ela. Apesar dos problemas internos que o time teve no passado, as meninas exaltam umas às outras e se dizem mais unidas depois de meses complicados, com o temor da não classificação e com o baque dos seguidos cortes. Assim como Daniele Hypolito, Daiane dos Santos agradeceu até quem não pôde estar em Londres, como Jade Barbosa, Gabriella Soares, Laís Souza e Adrian Gomes.

A crítica em questão poderia ser em relação à coordenadora Georgette Vidor. As duas nunca tiveram um bom relacionamento, e trocaram farpas na imprensa desde o Pan de Guadalajara no ano passado, quando o Brasil foi mal e ainda ficou marcado pelas fortes discussões internas.

Em entrevista ao UOL Esporte, no ano passado, ela foi dura ao avaliar Daiane. “Na realidade não tem muito como subir as notas dela. Ela tem falhas de execução. O que a gente espera é melhorar. Ela já emagreceu um pouco”, disse coordenadora da seleção feminina, que também disse que a confusão do Pan não teria acontecido se ela tivesse ido até Guadalajara.

“Eu acho que o Léo [Finco, coordenador do time masculino e chefe de missão da ginástica no Pan] soube lidar muito bem, porque as com as coisas não começaram lá. Elas começaram no Japão, e ela [Georgette] estava lá. Guadalajara foi onde estourou. O Léo fez o que pôde”, disse Daiane dos Santos, também ao UOL Esporte, posteriormente.

Apesar de se dizer satisfeita com o próprio desempenho, Daiane não se classificou para nenhuma final em Londres e se despede da seleção sem ter conquistado nenhuma medalha olímpica.

*Atualizada às 14h44

No caminho para Londres, também foi Georgette quem ressaltou publicamente que Daiane não estava garantida no time, ao contrário de Bruna Leal, Daniele Hypolito e Adrian Gomes, que estariam em melhor forma técnica. Questionada sobre a reportagem se a dirigente seria o alvo da resposta, a ginasta preferiu não citar nomes, mas também não descartou a hipótese.

Na prática, porém, a felicidade de Daiane não se traduziu nos resultados. Apesar de ter melhorado sua nota em relação a um passado recente, ela ainda está longe de uma posível final olímpica.