Ouro olímpico separa "melhor geração da história" de Aurélio e Rogério Sampaio
Gustavo Franceschini
Em Londres (ING)
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Arquivo/Folhapress
Aurélio Miguel em Atenas, em 1996, quando isolou-se como o brasileiro mais vitorioso do judô nos Jogos
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Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), é categórico ao falar da atual seleção de judô: “é a geração mais talentosa e vencedora que a gente tem”. O dirigente se refere aos resultados em diversas competições nos últimos anos e ao número elevado de possibilidades de medalha. Para superar os tempos de Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, no entanto, falta a Leandro Guilheiro, Tiago Camilo e companhia uma medalha de ouro.
“Ela consolida o trabalho. Você tem de pensar o que isso representa para o judô. Teve uma renovação no esporte quando o Aurélio ganhou, e surgiu parte desse pessoal de hoje. E pode renovar de novo caso alguém seja campeão”, disse Ney Wilson.
A primeira medalha do país nos Jogos veio em 1972, com o bronze de Chiaki Ishii, mas foi só com Aurélio Miguel, em 1988, que o Brasil subiu no alto do pódio pela primeira vez. A partir daí, o judô ganhou popularidade, passou a atingir um público maior e ganhou novo impulso quando Rogério Sampaio levou o ouro em 1992.
Quatro anos depois, Aurélio ainda conquistaria um bronze em Atlanta, sagrando-se o maior brasileiro no esporte em todos os tempos. Nesta Olimpíada, dois judocas podem batê-lo: Leandro Guilheiro e Tiago Camilo.
Os dois têm duas medalhas olímpicas e sonham com o ouro em Londres. Caso atinjam o objetivo, ultrapassam Aurélio, ao menos em números. Ambos, no entanto, evitam falar abertamente sobre a importância de um ouro.
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“Já cometi esse erro [de entrar no torneio pensando na final] quando era garoto, e não faço mais isso. Estou com a mente aberta para o que vier”, disse Leandro Guilheiro, bronze em Atenas e Pequim. “Desde que eu fui para São Paulo meu sonho era o ouro olímpico, e continua sendo, mas é difícil falar se vai vir o ouro ou não. O judô tem potencial de fazer uma grande Olimpíada, mas não dá para saber a cor da medalha”, disse Tiago Camilo, prata em Sydney e bronze em Pequim.
A CBJ não adota o mesmo discurso. A entidade avalia que a preparação feita foi adequada e aposta em quatro medalhas, sendo uma de ouro e ao menos uma prata feminina. Se conseguir tudo isso, baterá todos os recordes possíveis em termos de desempenho em Olimpíadas anteriores. Por isso, a aposta em pódios vai além de Guilheiro e Camilo, os mais experientes do time, e esbarra em nomes como Mayra Aguiar, Sarah Menezes, Rafaela Silva e Rafael Silva, por exemplo.