Aposentado, João Derly se candidata a vereador e aposta em chuva de medalhas do judô
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
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Pedro Revillion/Sogipa
João Derly em sua última competição pela seleção; gaúcho agora tentará a sorte na vida política
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João Derly, bicampeão mundial de judô, está há um mês aposentado dos tatames. O tempo desde o anúncio da aposentadoria, no entanto, foi o bastante para ele decidir o que quer ser daqui em diante: político. Prestes a tentar ser eleito vereador em Porto Alegre, ele explicou sua decisão ao UOL Esporte e previu sucesso do Brasil em Londres.
“Eu vinha estudando isso há um tempo. Tinha propostas de comentar a Olimpíada, também, mas decidi não pensar só em mim. Pensei que poderia contribuir mais para o esporte, para o incentivo dessa gurizada, se fosse por esse caminho”, disse João Derly, por telefone, ao UOL Esporte.
Ele será candidato a uma vaga na Câmara Municipal de sua cidade pelo PC do B. Quem o convenceu a tentar a nova carreira foi ninguém menos que Manuela d’Ávila, deputada federal que já ganhou a alcunha de “Musa do Congresso” e hoje tenta ser prefeita da capital gaúcha.
“A Manuela foi muito importante na minha decisão. Há muito tempo ela visualizava isso em mim. No auge da minha carreira ela me disse que eu ia ser político, e ela viu que eu não gostei muito. Com o passar do tempo, cada vez mais ela falava disso, que eu não podia deixar de retribuir tudo que recebi do esporte”, disse Derly.
O gaúcho se aposentou há um mês, em um evento com direito a festa na televisão e luta contra velhos amigos. A decisão foi tomada após dois anos de lutas contra lesões e envolveu o adeus ao sonho olímpico. Brasileiro mais vitorioso na história dos Mundiais de judô, com dois ouros, ele nunca conseguiu êxito na competição mais importante do esporte. Agora, só poderá torcer pelos compatriotas.
Até um mês atrás, ele estava treinando na Sogipa ao lado de diversos atletas mais jovens, entre eles Mayra Aguiar e Felipe Kitadai, que representarão o clube em Londres. Ele prefere não apontar um favorito, mas concorda com a visão de que o esporte será o “carro-chefe” de medalhas do país em Londres.
“É muito arriscado saber quem vai ganhar, mas acho que vamos ter no mínimo quatro medalhas. No mínimo”, reforça Derly.