A boa apresentação do Brasil na derrota para os Estados Unidos por 80 a 69 poderia ter tido um desfecho diferente se não fosse a grande atuação de LeBron James. Exceção entre os titulares, o astro do Miami Heat compensou o domínio brasileiro nas estatísticas na comparação das formações principais das duas equipes.

Do quinteto inicial formado por Chris Paul, Kobe Bryant, Carmelo Anthony, LeBron James e Tyson Chandler, apenas o astro do Miami Heat apresentou números superiores nos confrontos diretos contra a formação brasileira de Marcelinho Huertas, Leandrinho, Alex Garcia, Tiago Splitter e Nenê. (ver quadro abaixo)

LeBron, porém, mostrou porque está em grande fase. Campeão da NBA com o Miami Heat, MVP da fase regular e das finais, o ala chamou a responsabilidade nos momentos decisivos para marcar 30 pontos. A rotação norte-americana também colaborou para evitar a derrota em casa, com 26 pontos contra 20 dos reservas brasileiros.

Os comandados de Magnano mostraram um bom desempenho coletivo para equilibrar as ações diante dos badalados astros da NBA. Foram 21 assistências da seleção brasileira (13 de Marcelinho Huertas) contra apenas 11 dos norte-americanos. Nos rebotes, vantagem verde-amarela por 38 a 30.

A forte marcação brasileira também se mostrou presente, limitando o poderoso ataque adversário e reduzindo o aproveitamento dos arremessos dos Estados Unidos. O time verde-amarelo levou vantagem nos chutes de quadra (50,9% a 40,8%), nos tiros de três pontos (26,7% a 25%) e até mesmo nos lances livres, reconhecida dificuldade do selecionado nacional (75% a 69,6%).

Se ações ofensivas foram bem distribuídas, a seleção brasileira pecou no excessivo número de erros cometidos. O time nacional desperdiçou 23 posses de bola, sendo que Nenê e Raulzinho cometeram cinco turnovers cada. Do lado norte-americano,foram apenas 10, além de impressionantes 19 roubadas de bola, que renderam 19 pontos em contra-ataques contra apenas nove do Brasil.

“O jogo foi muito físico, talvez até mais do que será permitido nas Olimpíadas. A arbitragem tolerou muitas faltas, mas sabíamos que seria assim. Foi bom o jogo num geral, com exceção do segundo quarto, que perdemos muitas bolas, ficamos ansiosos e entramos na correria deles”, disse Huertas, em entrevista ao Sportv.

Ambas as seleções embarcaram nesta terça-feira para a Europa, onde farão seus últimos amistosos antes das Olimpíadas de Londres-2012. O Brasil vai à França, onde disputa um torneio triangular contra os donos da casa e a Austrália. Os Estados Unidos farão uma competição preparatória contra Espanha e Argentina.