Estilo linha dura é aposta de Magnano para que Nenê e Leandrinho sejam bem recebidos

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

O estilo direto e objetivo de Rúben Magnano servirá para evitar possíveis conflitos internos na seleção brasileira de basquete, que deve receber Nenê e Leandrinho novamente. Pelo menos essa parece ser a aposta do próprio treinador argentino, que não dá margem para que seus comandados questionem o retorno dos jogadores que atuam na NBA e pediram dispensa em convocações recentes.

Depois da conquista da vaga no Pré-Olímpico no ano passado, Alex Garcia criou polêmica ao desaprovar a possível volta de Nenê, dizendo que em 11 anos havia visto o pivô poucas vezes na seleção. Os demais jogadores evitaram o assunto desde então, mas a dúvida quanto à recepção ao jogador do Washington Wizards virou um tema importante, já que um racha no elenco afetaria seriamente as pretensões da equipe. 

“Tem de se abaixar no escalão e se colocar em uma posição dentro do time. Se não tivermos essa capacidade, vai ser difícil. Cabe a eles [jogadores] entenderem isso. Para mim, é o conceito mais importante. Eles sabem que não têm nenhum direito, têm obrigações. Vão ter que lutar por sua camisa, trabalhar para ganhar, representar o seu país”, resumiu Magnano.

O discurso bate com a postura que o técnico sempre adotou sobre o assunto. Respeitado pelos jogadores, ele sustentou que a convocação era uma responsabilidade só dele, o que ajudou a evitar novas manifestações públicas daí em diante. 

Desde que pediu dispensa da seleção no ano passado, Nenê só concedeu uma entrevista à revista ESPN e, na ocasião, não tocou no assunto. Em entrevista ao UOL Esporte, seus pais deram pistas de como o jogador reagiu às críticas de Alex.

“É com esse [Magnano] que ele tinha de conversar. Os outros não interessam”, disse Carmem, a mãe de Nenê. “É ele que tinha de ficar sabendo, que tinha de estar a par. Para mim, foi a mesma coisa que nada [as outras declarações]”, emendou João Paulo, pai do pivô.

“Para você fazer uma seleção com comprometimento, tem que ter capacidade de aceitação. Se uma equipe não tiver, dificilmente ganha alguma coisa. Tem que ter uma alta porcentagem de humildade para essa aceitação”, disse o comandante, que sequer cogita qualquer problema entre os jogadores. 

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