Equipe feminina de ginástica se recupera de fiascos recentes e se classifica para a Olimpíada

Felipe Rocha

Do UOL, Em Londres*

  • Facundo Arrizabalaga/EFE

    Equipe brasileira festeja e agradece apoio do público após conquistar a vaga olímpica

    Equipe brasileira festeja e agradece apoio do público após conquistar a vaga olímpica

A equipe brasileira feminina de ginástica artística superou os prognósticos ruins e garantiu nesta quarta-feira a classificação para os Jogos de Londres-2012. Apesar da forte concorrência, o grupo brasileiro ignorou a crise recente e os problemas de relacionamento entre as atletas, fez uma boa apresentação, ficou em quarto lugar no Pré-Olímpico disputado em Londres e assegurou a 12ª e última vaga para a Olimpíada deste ano.

NOTAS DAS BRASILEIRAS

Daniele Hypolito - 55,365 pts (4 aparelhos)
Bruna Leal - 53,565 (4 aparelhos)
Jade Barbosa - 53,456 (4 aparelhos)
Daiane dos Santos - 41,266 (3 aparelhos)
Adrian Gomes - 40,732 (3 aparelhos)
Ethiene Franco - 25,632 (2 aparelhos)

Contando com as melhores ginastas do país – com exceção de Ana Cláudia Silva, que segue com problemas físicos –, a equipe brasileira tinha a árdua missão de se recuperar dos últimos fiascos para não ficar fora dos Jogos após ter participado das últimas duas edições. E foi o que as garotas fizeram.

A seleção teve grande melhora em relação ao Mundial de Tóquio e aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, ambos disputados no ano passado. Embora a apresentação ainda tenha tido falhas, a equipe somou 217,985 pontos e conseguiu a quarta colocação do Pré-Olímpico.

Na última rotação, o Brasil chegou a viver um forte clima de tensão. Duas quedas de Jade Barbosa na trave deixaram o país mais distante da vaga, mas Daniele Hypolito, a melhor da equipe nesta quarta, teve grande performance no aparelho e assegurou a classificação brasileira.

“Não é nada fácil. Nessa hora, a experiência é muito boa. Talvez se tivesse sido uma atleta mais jovem não teria essa frieza. Ali na trave, tive uma frieza de não querer saber de nada, só saber do que estava fazendo”, revelou Daniele, de 27 anos. “Estava aquecendo, mas de olho na Jade porque precisava saber como iria subir na trave quando ela terminasse a prova.  Quando ela caiu pela segunda vez, só pensei em ter calma e fingir que estava apresentando a prova para minha treinadora”, completou.

Jade Barbosa chorou ao deixar a trave e sabia que seu desempenho poderia atrapalhar a classificação, mas recebeu o amparo das colegas. “Fiquei com a pior sensação do mundo e pensei: será que acabei com o sonho olímpico? Não, tinha uma [companheira] que também estava preparada para suportar tudo. A Dani chegou e fez o que ela tinha que fazer. Ela ainda me acalmou, de cima da trave ela conseguiu me acalmar lá embaixo [risos]”, disse Jade aos jornalistas brasileiros, ainda com lágrimas nos olhos.

Confirmando as expectativas, os três primeiros lugares ficaram com Itália (224,624), Canadá (221,913) e França (220,744), que evoluíram demais em relação ao Mundial, subindo suas notas em, no mínimo, quatro pontos. Já estavam classificados Estados Unidos, Rússia, China, Romênia, Japão, Austrália, Alemanha e Reino Unido, que garantiram suas vagas ainda em Tóquio.

Com a classificação assegurada, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) decidirá quem são as cinco atletas que representarão o Brasil em Londres tanto na prova por equipes quanto nas disputas individuais. Entre os homens, o time completo não conseguiu classificação, mas ainda assim o país terá sua maior delegação na história dos Jogos, com Diego Hypolito, Arthur Zanetti e mais um ginasta, provavelmente Sérgio Sasaki.

*Atualizada às 21h53

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