Brasil consegue 3ª vaga na Olimpíada e refuta pressão por ausência de Hypolito na equipe
Felipe Rocha
Do UOL, em Londres (ING)
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Felipe Rocha/UOL
Sérgio Sasaki e Arthur Zanetti após a participação no Pré-Olímpico de Londres
Apesar de não ter conseguido uma das vagas por equipe para Londres 2012, a seleção masculina de ginástica ganhou um prêmio no fim no Pré-Olímpico. A modalidade será representada na próxima Olimpíada por três atletas nos aparelhos individuais, fato inédito para a ginástica em Jogos Olímpicos: além de Diego Hypolito e Arthur Zanetti , que garantiram vaga após as medalhas conquistadas no último Mundial, mais um ginasta poderá ser escolhido pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) para disputar o individual geral.
"A terceira vaga conquistada é do país, e não do ginasta. É quase certo que levaremos o (Sérgio) Sasaki. Nada mais justo, já que ele teve um bom desempenho", explicou Leonardo Finco, coordenador da seleção masculina.
Sérgio Sasaki somou 86,898 pontos em seis aparelhos no Pré-Olímpico, terminando a competição na nona colocação geral. Aos 19 anos, o ginasta paulista aprovou o desempenho do jovem grupo brasileiro na capital inglesa.
“O que fizemos aqui é um milagre. Se você olhar a estrutura da Espanha, do Canadá, aquilo é brincadeira perto do que temos. E ficamos bem pertinho do Canadá mesmo assim. Nossa equipe é pra 2016, a experiência aqui foi excelente”, analisou Sasaki, após a sexta colocação do Brasil entre os oito países participantes.
Apontado como um dos atletas mais promissores da nova geração, Sasaki disse ainda que não se sentiu pressionado por ser um dos protagonistas do atual grupo brasileiro, que não contou com os machucados Diego Hypolito, Victor Rosa e Mosiah Rodrigues.
“A ginástica não é feita só de um atleta. Claro, o Diego Hypolito é um cara de peso, mas temos outros tantos outros atletas importantes. Tentamos enfrentar o problema da lesão do Diego da melhor maneira possível, sem colocar pressão em apenas um atleta. Somos uma equipe e todos têm o seu valor, não precisamos jogar a responsabilidade em ninguém”, disse.
O vice-campeão mundial nas argolas, Arthur Zanetti, ratificou o discurso do companheiro de seleção e negou que sua responsabilidade tenha aumentado com os desfalques da equipe.
“Responsabilidade todo mundo tem, então acho que isso não influenciou muito. Eu, pelo menos, não me influenciei por isso. Acho que todo mundo deu o máximo que podia, é isso que importa”, afirmou Zanetti.
Arthur Zanetti terminou o Pré-Olímpico com a maior pontuação individual nas argolas (15,533 pontos), nota um pouco inferior à que havia conquistado no Mundial de Tóquio e no Pan de Guadalajara, ambos no fim do ano passado (15,600).
“Eu gostei da minha nota. Queria cravar a saída, acabei não cravando, mas dei um passinho só de um décimo. Ficar em primeiro agora não significa nada, na final pode acontecer de tudo”, disse o brasileiro. As finais individuais por aparelhos acontecem nesta quinta e sexta-feira.