UOL Olimpíadas 2008 Notícias

08/08/2008 - 16h00

Brasil luta no boxe neste sábado; lesões são adversário extra

Marco Britto e Maurício Dehò
Em São Paulo
Primeiro a se classificar para os Jogos Olímpicos de Pequim, Washington Silva será também o primeiro brasileiro a entrar no ringue representando o Brasil. Pugilista da categoria meio-pesado (até 81 kg), o paulista de Diadema luta contra um adversário extra: uma ruptura no ligamento cruzado do joelho. As lutas da categoria começam às 4h deste sábado (horário de Brasília), no Ginásio dos Trabalhadores, em Pequim.

Caio Guatelli/FI
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No embarque para a China, Washington comemorava o fato de a perna não estar mais inflamada devido à lesão. Apesar do otimismo, o retrospecto do pugilista nesta condição não é animador. Em 2004, às vésperas da viagem para Atenas, o meio-pesado teve uma fratura na mão e lutou contundido. O resultado foi a eliminação logo na estréia para Ali Ismeyilov, do Azerbaijão.

Mas a sorte esteve ao seu lado no sorteio das chaves, uma vez que ele foi favorecido. Enfrenta Azea Augustama, do Haiti, um rival de pouca expressão, na estréia. Depois, tem um caminho sem estrelas para tentar chegar à final.

O discurso dos brasileiros é único: os seis representantes lutam por uma vaga no pódio. "Nossas expectativas são bem altas mesmo, as Olimpíadas são imprevisíveis", argumentou José Carlos Soares, técnico do Brasil, de origem cubana. "Não vamos participar apenas por participar".

No entanto, a realidade dos brasileiros não é tão gloriosa. Cinco deles só se classificaram no último Pré-Olímpico e qualquer vitória nos ringues chineses será motivo para comemoração, até porque em Atenas apenas um lutador venceu: Edvaldo de Oliveira, o Badola, por decisão técnica após um empate. Depois foi eliminado na segunda rodada. O Brasil nunca venceu mais de duas lutas consecutivas nos Jogos, mesmo quando o único medalhista da história, Servílio de Oliveira, conquistou o bronze no México-1978.

Mario Goldman/AFP
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Para superar este trauma, a equipe teve um investimento inédito e rodou o mundo treinando. Passou por Cuba e Romênia, por exemplo, e conhece melhor seus adversários. "Dependendo de um bom sorteio, podemos trazer uma medalha", disse Myke Carvalho, dos meio-médios ligeiros (até 64 kg).

O paraense, que esteve em Atenas-2004 e foi bronze no Pan do Rio, quando admitiu ter sentido suas pernas tremerem, participa da primeira fase do torneio olímpico, disputada a partir das 2h30 de domingo. Ele terá caminho mais complicado, estréia contra Richarno Colin, de Maurício, e depois já pode pegar um russo.

Já Robenílson Vieira, da categoria mosca (até 51 kg), assustou, mas embarcou para a China já recuperado de uma lesão no tímpano. A contusão devido a um golpe na região do ouvido chegou a tirá-lo dos treinamentos da equipe brasileira em Cuba, mas não será problema para a disputa em Pequim. Sua chave traz poucos rivais de qualidade até as semifinais.

Completam a delegação Everton Lopes (peso leve, que estréia segunda-feira), Paulo Carvalho (mosca ligeiro, quarta-feira) e Robson Conceição (pena, segunda-feira).

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