Embora a decisão de cortar Juliana tenha sido tomada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), foi a própria atleta quem convocou um encontro com dirigentes das duas entidades para abrir mão de sua vaga olímpica em decorrência das dores no joelho direito.

"Foi a decisão mais difícil da minha carreira e estou sofrendo muito por ter de abrir mão do sonho", afirmou a atleta em comunicado divulgado por sua assessoria. "Lutamos durante quatro anos para chegar nas Olimpíadas e não poderei estar ao lado da Larissa na quadra. Tentei de tudo, me agarrei a todas as possibilidades que me foram passadas pelos profissionais que me avaliaram, mas infelizmente cheguei no meu limite".

O corte foi definido apenas nesta quarta-feira, embora Juliana viesse sentindo dores nos últimos treinos. O anúncio foi feito exatamente na data-limite para a inscrição de uma substituta, no caso a ex-jogadora de quadra Ana Paula, que já havia sido registrada como reserva.

Juliana explicou o porquê da demora em abrir mão da vaga olímpica, mesmo ciente, todo o tempo, de suas condições físicas restritas. "Sabíamos que isso poderia acontecer, mas trabalhamos sempre com a expectativa de que eu iria jogar. Sei que algumas pessoas podem questionar por que não resolvi tomar essa atitude antes. Mas pergunto, alguém desistiria do sonho assim tão fácil, sem lutar até o último instante?", questionou. "Durante nosso último treino, voltei a sentir dores e instabilidade no joelho. Não havia mais tempo para dúvidas e a decisão teria de ser minha".

A jogadora argumentou, ainda, que sua desistência teve como objetivo permitir que alguém em melhor situação física pudesse levar adiante a possibilidade da conquista de uma medalha olímpica. "Pensei muito e entendi que não seria justo com a Larissa, com a comissão técnica e com o povo brasileiro jogar sem ter as condições ideais para fazer uma boa participação nas Olimpíadas".

Triste com o corte de Juliana, Larissa elogiou a atitude da parceira. "Juliana teve um ato de muita coragem e nobreza. Não é fácil tomar essa decisão após tantos dias de sofrimento, sacrifício com as intermináveis sessões de fisioterapia e depois de treinarmos dois dias nas instalações olímpicas em Pequim. Entendi perfeitamente a sua decisão", comentou. "Lamento que ela não tenha totais condições de estar ao meu lado nesse momento que tínhamos sonhado tanto para a nossa carreira. Acompanhei todo o seu esforço, sua dedicação e continuarei a dar meu apoio a ela agora mais do que nunca".

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