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29/07/2008 - 07h00

Zé Roberto descarta favoritismo pós-título: "GP não quis dizer nada"

Paula Almeida
Em Barueri (SP)
O desempenho convincente da seleção feminina de vôlei na reta final do Grand Prix 2008, com a conquista do heptacampeonato após cinco vitórias em cinco partidas, fortaleceu o favoritismo da equipe comandada por José Roberto Guimarães para os Jogos de Pequim. Embora essa seja a opinião da maioria das pessoas, não é compartilhada pelo próprio técnico, para o qual a campanha no torneio anual "não quis dizer nada".

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Técnico José Roberto descarta favoritismo do Brasil apesar da vitória no Grand Prix
TÉCNICO COMPARA SELEÇÕES
FOFÃO ANSIOSA ANTES DOS JOGOS
ÚLTIMOS TREINOS EM BARUERI
PÁGINA DO VOLEI NAS OLIMPÍADAS
"Já viramos a página. O título é nosso, mas já foi, não me ilude. Olimpíada é outra coisa, o buraco é mais embaixo", analisa o treinador. Para ele, a opinião dos adversários não mudará em nada diante dessa conquista. "Eles virão com o mesmo ímpeto de sempre, assim como nós também teremos muita vontade de ganhar".

O fato de muitas seleções terem chegado desfalcadas ao Grand Prix e de Sérvia e Rússia não terem disputado a competição são os principais argumentos de Zé Roberto para defender que o torneio não serviu de parâmetro para os Jogos.

A opinião é compartilhada pelas atletas brasileiras. É o caso da ponteira Paula Pequeno. "Nosso time estava mais completo do que os outros, alguns estavam desfalcados, outros não estavam no auge. O bom de ter ganho foi ter um parâmetro do que nós podemos e não podemos fazer. Agora nós já temos um ponto de partida", avalia a atacante. "Mas eu não tiro em hipótese nenhuma o mérito da nossa conquista. Acho que se as outras equipes estivessem no mesmo nível, seria mais difícil, mas nós venceríamos do mesmo jeito".

Já para a levantadora Fofão, o êxito no Grand Prix aumentará a atenção das outras equipes em relação ao Brasil. "A pressão aumenta quando você vem de vitória, porque todos te observam mais, marcam melhor. Por isso temos que nos preparar ainda mais, porque todos vão querer ganhar da gente", prevê a veterana jogadora.

Mas embora o heptacampeontao do Grand Prix e a liderança do ranking credenciem o Brasil como um dos francos favoritos ao título, outros combinados também estão bem cotados. Na opinião de Zé Roberto, oito países são candidatos a medalhas. "Rússia, Itália, Sérvia, Brasil, China, Estados Unidos, Cuba, que deve crescer bastante, e Polônia, que é um time enjoado", lista o técnico.

Do rol elaborado por Zé Roberto, quatro times estão no Grupo B, o mesmo do Brasil. Para ele, o fato de estar na 'chave da morte' é positivo. "Acho bom cair nesse grupo. Tem que pegar esses times fortes e passar por problemas logo no começo, para não ter que passar por isso mais tarde", diz. "Em Atenas, a gente pegou um grupo fraco, e isso sempre atrapalha".

Além do Brasil, estão no Grupo B Sérvia, Itália, Rússia, Cazaquistão e Argélia. Esta última será a adversária de estréia das brasileiras em Pequim, no dia 9 de agosto.

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