UOL Olimpíadas 2008 Notícias

19/07/2008 - 08h02

Mais novo da seleção, Borges traz experiência do exterior

Maurício Dehò
Em São Paulo
Apesar de ser o jogador mais novo da seleção masculina de handebol, o ponta esquerda Felipe Borges traz uma grande experiência para o time, rumo às suas primeiras Olimpíadas, em Pequim. Com uma temporada completa no handebol espanhol, um dos mais fortes da Europa, e o bom desempenho no ouro do Pan-Americano do Rio, em 2007, o paulista é uma das forças da equipe.

Aos 23 anos, Borges admite que a adaptação foi difícil ao deixar a Metodista, time da sua cidade-natal, São Bernardo do Campo, pela Espanha. "Chegando lá foi um impacto pessoal muito grande, mas foi bom. Para eles, era uma coisa que não existia um brasileiro no handebol, então sai muito na imprensa. Fui me adaptando e gostei muito, você tem de querer alcançar seus objetivos", conta Borges, que sentiu falta dos amigos e da comida feita pela mãe.

Diante da força da modalidade e dos jogadores na Espanha, Borges encara tanto uma série de jogos como titular, quanto momentos na reserva. Mas isto não diminui a importância da experiência. "Tenho jogado muito, mas lá é tudo muito dinâmico, não existe titular na Europa", explica ele. "A Espanha é muito diferente do Brasil, tenho aprendido muito tanto na defesa quanto no ataque, além de agora saber melhor como olhar o posicionamento do goleiro".

Ponta esquerda, Borges chegou no momento certo à seleção. Ele se reveza no time com o veterano Helinho, de 36 anos, que é o jogador mais velho da delegação e que se despede após Pequim. A equipe atual é renovada em relação à de Atenas. Dos 14 jogadores, oito não foram a Pequim, mas todos estiveram no ouro pan-americano, no Rio. O objetivo é evoluir em relação à 10ª colocação de Pequim, quando o time conquistou sua primeira vitória em fases preliminares, na história.

"Queremos melhorar o nosso posto. Temos de ir para cada jogo como se fosse uma final, não vamos para passear. Quanto à chave, não tem grupos fáceis, porque as melhores seleções do mundo vão aos Jogos", afirmou ele. O Brasil está no "grupo da morte", ao lado de Polônia (vice-campeã mundial), França (quarta colocada no Mundial), Espanha e a atual campeã olímpica, a Croácia. Completa a chave a China, que apesar de dona da casa, é maior chance de o time repetir o triunfo de Atenas.

Borges espera ajudar com um lado "espião" em Pequim, uma vez que conhece alguns dos jogadores que o Brasil enfrentará, principalmente da Espanha, seleção que o Brasil enfrenta na primeira fase. "Antes do jogo será legal rever os jogadores, mas depois tem que jogar normalmente. Mas com certeza conhecê-los ajuda". Além dele, o técnico do Brasil, o espanhol Jordi Ribera, também conhece bem os adversários, por ser técnico do Ademar Leon, clube da Espanha.

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