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19/07/2008 - 08h02

Estrela do handebol troca lua-de-mel por amistosos e Pequim

Maurício Dehò
Em São Paulo
A história parece de filme romântico. Bruno Souza, maior destaque da seleção brasileira de handebol e eleito terceiro melhor jogador do mundo em 2003, conheceu Renata ainda no colégio, em Niterói. No entanto, o garoto virou jogador de handebol e trocou sua cidade natal por São Paulo e depois pela Alemanha. A distância separou o casal por oito anos, até dezembro do ano passado.

O reencontro foi intenso, tanto que em fevereiro o casamento estava marcado, para o dia 19 de julho, este sábado. Tudo estava tranqüilo e os planos feitos, uma vez que o armador viajaria para a sua segunda Olimpíada apenas no dia 27, segundo o calendário inicial da seleção. Acontece que a data foi antecipada justamente para o mesmo dia da cerimônia, para uma série de quatro amistosos que o Brasil fará no Japão.

O casamento foi mantido e o jeito foi Bruno marcar sua viagem para o domingo, um dia depois da delegação completa. O armador não esconde uma ponta de tristeza. "É vou trocar a lua-de-mel por amistosos no Japão e as Olimpíadas. Acho que vou ser o único cara a casar e ficar 35 dias sem ver a esposa", afirmou o noivo.

Para evitar maiores sofrimentos, Bruno tem evitado pensar na viagem. "Estou resolvendo um dia após o outro", conta ele. Além de se ausentar na lua-de-mel, a festa ficou um pouco esvaziada. Bruno havia convidado os jogadores da seleção para o casamento, além do técnico Jordi Ribera, mas eles já estarão rumo ao Japão. No entanto, dez dos seus ex-companheiros na Alemanha, país no qual jogou por nove anos, vieram ao Brasil para prestigiar o matrimônio.

O casamento aparenta ser um dos motivos para a troca da Alemanha pela Espanha. Depois dos Jogos de Pequim, Bruno se apresenta ao clube BM Alcobendas. "Tive esta decisão por vários fatores, alguns pessoais e outros profissionais", explicou Bruno, que terá a companhia de Renata na Espanha. "Eu já precisava de uma mudança, estava há nove anos na Alemanha. Até tive a proposta coberta pelo Hamburgo, para ficar mais um ano, mas estou aproveitando que ainda estou com gás e vontade de aprender".

O armador comemora a era da informática. Com a Internet e o telefone como ferramentas, ele ajudou a montar o casamento à distância - Bruno diz que, mesmo de longe, cuidou da maior parte dos detalhes da festa. Além disso, foi 'online' que ele matou as saudades da noiva enquanto esteve na Alemanha, e que também ajudará enquanto ele se encontrar na China.

Na quadra
Bruno Souza já se prepara para encontrar alguns dos seus ex-companheiros de clube em Pequim. Dos 16 jogadores do plantel do Hamburgo, dez deles estarão nos Jogos. Por um lado a preocupação será com a marcação especial que o brasileiro terá de enfrentar. "Eu tenho de estar com a cabeça bem preparada para enfrentar isso. Mas, ao mesmo tempo, eu já sei o que eles farão para tentar me anular e isso é bom".

Rumo à sua segunda Olimpíada, o Brasil conta com uma equipe renovada em relação à Atenas, mas com uma experiência maior internacionalmente. "Os jogadores novos chegaram com muito mais informação. O handebol hoje é diferente, eles participam mais, assistem a vídeos na Internet. A evolução é muito boa e a mentalidade mudou", concluiu ele.

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