UOL Olimpíadas 2008 Notícias

18/07/2008 - 08h00

No "grupo da morte", handebol brasileiro quer fazer europeus suarem

Maurício Dehò
Em São Paulo
A seleção masculina de handebol viaja na noite deste sábado para o Japão, com uma mentalidade realista quanto à sua participação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto. O time segue não sendo um dos candidatos a pódio, mas tem a missão de evoluir em relação a Atenas-2004, quando a equipe conseguiu sua primeira e única vitória olímpica na história, contra o Egito, feito efusivamente comemorado.

EFE
Depois do ouro no Pan, brasileiros fizeram a festa. Na China, a dificuldade será maior
TÉCNICO SE DESPEDE NOVAMENTE
PÁGINA ESPECIAL SOBRE HANDEBOL
CONFIRA OS BLOGS DOS BRASILEIROS
Com a evolução nos resultados recentes - em maio o Brasil conquistou seu primeiro título de porte internacional, no Egito, vencendo Rússia, Coréia do Sul e China - os jogadores combinam realismo e ambição para melhorar o décimo lugar atingido na Grécia. O objetivo é evitar as "goleadas" sofridas no passado e, se possível, roubar um ou outro ponto dos rivais.

"Ainda há diferença para as equipes européias, mas hoje jogamos bem melhor", afirma o ponta direita Renato Tupan, que joga na Alemanha e vai à sua segunda Olimpíada. "Não adianta pensar que vamos subir ao pódio, esta não é a realidade, mas se outra equipe entrar (jogando) mais ou menos, será a hora de crescermos. Vamos mostrar trabalho e se alguém quiser vencer vai ser suado, não como aconteceu em Atenas".

O goleiro Alê Morelli, outro veterano e jogador da Metodista, compartilha da mesma opinião. Além da vitória contra a China, a idéia é aproveitar os descuidos de um dos times da Europa. "Termos vencido no Egito foi uma coisa nova e vamos chegar em Pequim para tentar tirar pontos dos europeus. Já seria muito para o Brasil".

Para dificultar o trabalho, a seleção caiu no grupo mais difícil na disputa. Ao seu lado, estarão quatro fortes equipes da Europa: Polônia (vice-campeã mundial), França (quarta colocada no Mundial), Espanha e a atual campeã olímpica, a Croácia. Completa a chave a China, que apesar de dona da casa, é maior chance de o time repetir o triunfo de Atenas.

Quatro anos depois, o Brasil vive um período totalmente diferente de 2004. A principal mudança foi técnica. No ciclo preparatório para a disputa na China, a seleção contou com o técnico espanhol Jordi Ribera, num trabalho sempre muito elogiado pelos atletas, a maioria deles em contato próximo com o estilo europeu na modalidade pela primeira vez. Com ele, conquistaram com facilidade o bicampeonato no Pan do Rio. "Com o Jordi mudou toda a nossa filosofia de trabalho, ele veio com muitas idéias novas", concluiu Tupan.

A fase de preparação brasileira ainda contará com quatro amistosos no Japão, contra adversários ainda não definidos. Depois, os 14 convocados e a comissão técnica partem para a China.

Clima de já perdeu?
Com a visão realista dos brasileiros quanto a um bom resultado em Pequim, a dificuldade do técnico Jordi Ribera poderia ser a motivação dos atletas. Mas o espanhol garante que este não será um problema em Pequim. "Todos querem fazer um bom papel em Pequim, somos muito ambiciosos. Sempre nos motivamos contra os europeus, como nas vitórias contra Portugal, antes do Pan do Rio", explicou o técnico.

"O que está claro é que estamos em um bom caminho e pouco a pouco o Brasil vai ganhar espaço com os europeus. Não adianta ficarmos com a obsessão de nos classificarmos para a segunda fase, mas temos de jogar bem", analisou Ribera.

O técnico espanhol contará com o mesmo time que conquistou o ouro no Pan, com a ausência apenas de Pré - serão 14 jogadores, contra 15 no Rio. Já em relação a Atenas, a equipe passou por uma grande renovação. Apenas seis atletas que estiveram no time em 2004 vão para a China.

Compartilhe: