A derrota para a Rússia na final olímpica deste domingo deve ter sido o último jogo oficial do ponteiro Giba pela seleção brasileira masculina de vôlei. Apesar do currículo vasto e premiado com a camisa 7 verde-amarela, o atacante mostrou frustração no discurso por se despedir com uma medalha de prata e não de ouro, como a equipe toda esperava.

“Acabou-se, fazer o quê? Eu sonhava com o ouro, para acabar melhor do que foi. Perder sempre é uma droga, ainda mais porque eu não gosto de perder nem no par ou ímpar. Mas é o que eu sempre digo, a geração de prata era lembrada pela medalha de prata, e nós vamos ser lembrados pela medalha de ouro, prata e agora prata de novo”, resignou-se o atacante.

Os 13 anos pela seleção brasileira renderam a Giba três medalhas olímpicas, dois títulos mundiais, oito Ligas Mundiais e inúmeras eleições de melhor jogador. No último ciclo olímpico, porém, ele assumiu uma outra função dentro do time. De protagonista, passou a reserva conselheiro.

“Eu quero passar o conhecimento que eu tive, o que eu aprendi nesses anos todos. Foi uma vida na seleção. Minha grande medalha de diamante são meus filhos e minha esposa”, comentou após o jogo deste domingo.

De malas prontas para a Argentina, onde defenderá o Bolívar, Giba afirmou que pretende respeitar os dois anos de contrato que tem com o clube e os acordos que tem com patrocinadores individuais. Depois, espera dedicar-se a uma carreira focada em gestão.

“Eu comecei a fazer alguns cursos de manager, que é uma coisa que eu gosto. Falam para eu ser técnico, que eu poderia me dar bem. Poderia, mas não é a minha vontade. Quero ajudar fora de quadra a tudo ficar melhor do que já é”, revelou.

Se a carreira de jogador deve durar por pelo menos mais dois anos, o ciclo na seleção se encerra na Olimpíada de Londres, como o próprio Giba já havia avisado antes mesmo de os Jogos começarem. Porém, o atacante faz mistério sobre como será sua partida de despedida.

“Aguardem, surpresas virão”, limitou-se a dizer neste domingo.