Brasileiros elogiam mudança tática na Rússia, mas admitem: 'perdemos o ouro'

Do UOL, em São Paulo

  • REUTERS/Dominic Ebenbichler

    Vice-campeões olímpicos, brasileiros cumprimentam Muserskiy, russo que mudou a história da final

    Vice-campeões olímpicos, brasileiros cumprimentam Muserskiy, russo que mudou a história da final

Os jogadores brasileiros admitiram que a mudança tática promovida pelo técnico Vladimir Alekno no início do terceiro set da final masculina de vôlei deste domingo em Londres foi uma das principais responsáveis pela virada histórica dos europeus, que venceram por 3 sets a 2, mas reconheceram que a queda de produção verde-amarela foi determinante no revés.

Após ver sua equipe ser praticamente atropelada pelo Brasil nos dois primeiros sets, Alekno fez uma troca ousada logo no início da terceira parcial. Como Mikhaylov, principal jogador do time, não estava jogando bem na saída de rede, o treinador tirou o central Muserskiy do meio de rede e o colocou de oposto. O grandalhão de 2,18 m se deu bem na nova posição, colocou incríveis 31 bolas no chão, ajudou a Rússia a salvar dois match points do Brasil no terceiro set e liderou sua seleção na virada.

“Nós perdemos o ouro, essa é a grande verdade”, admitiu ao Sportv o levantador Bruninho, resignado com o fato de o Brasil ter desperdiçado a vitória após ter o jogo na mão. “A mudança afetou, mas a gente teve chances, elas apareceram no final do terceiro set e a gente não soube aproveitar. A gente lutou muito, a equipe se superou, mas não tem jeito, fica um gosto muito amargo da boca agora. É uma prata olímpica, mas é mais perder o ouro”.

O central Lucão seguiu o discurso do companheiro de seleção, mas lembrou que a mudança de posições na Rússia não foi inédita, embora a equipe nunca tenha jogado nessa composição contra o Brasil.

“Todo mundo já tinha visto ele jogar de oposto, no Campeonato Russo ele tem esse cacoete de jogar de central na frente e de oposto no fundo, mas a virada de bola deles começou a entrar e talvez tenha deixado a gente um pouco ansioso”, analisou Lucão.

“A gente percebe que no voleibol não tem ninguém morto. A gente estava na frente o tempo inteiro, com eles cometendo erros. O treinador teve uma ideia boa e eles começaram a rodar bolas. Depois foi um jogo jogado, a gente cometeu erros que não devia, mas acontece”, completou o central.

O título conquistado neste domingo foi o primeiro da Rússia no vôlei como país independente. Antes, a seleção masculina já havia chegado às últimas três semifinais olímpicas, ficando com a prata em Sydney-2000 e com o bronze em Atenas-2004 e Pequim-2008. No feminino, foram duas pratas em 2000 e 2004.

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