Bernardinho chora ao falar de Bruninho e diz que filho pesa em decisão sobre permanência
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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AP Photo/Chris O'Meara
Giba consola Bruninho depois de derrota do Brasil para a Rússia na final olímpica
Bernardinho ainda não sabe dizer se será o técnico da seleção de vôlei masculino no próximo ciclo olímpico. Em dúvidas sobre a sua permanência, ele chorou ao falar sobre o impacto que teve ver o filho Bruninho chorando no pódio com a prata, e disse que a relação pesa na sua avaliação sobre o futuro.
"Isso é uma das coisas que eu vou ter de pensar, porque é difícil, principalmente para ele. É uma das coisas mais difíceis trabalhar com o filho, porque em alguns momentos eu sinto que algumas pessoas tentam me atingir por meio do Bruno. Eu acho injusto porque, como técnico, acho que o Bruno foi o melhor levantador das Olimpíadas", disse Bernardinho, após alguns minutos de lágrimas diante dos jornalistas.
O momento de emoção aconteceu na coletiva de imprensa logo após o jogo. Bernardinho foi questionado sobre o que sentiu quando viu Bruninho aos prantos no pódio, justamente no Dia dos Pais. O técnico não sabe dizer se seguirá no comando do time e deve tomar a decisão nos próximos dias.
"Eu não sei. Agora, nesse momento vou ruminar um pouco. Eu acredito que um processo muito grande como esse de Olimpíada no Brasil tem de ter um técnico exclusivo, porque é muita coisa a ser feita. O foco tem de ser absoluto", disse ele, logo após o jogo. Mais tarde, ele ainda falou sobre o impacto que a competição em casa teria no seu futuro. "Claro que uma Olimpíada é o máximo, mas não é justo para o povo brasileiro que eu tome uma decisão baseado em ego", emendou.
Independentemente de seguir ou não no cargo, Bernardinho aponta caminhos em que o Brasil precisa melhorar. O principal deles é físico, já que na visão dele a derrota para a Rússia pela diferença de altura entre Muserskiy, carrasco da final com 2,18 m, e os jogadores da seleção, que tinha Lucão como o mais alto em quadra, com 2,09 m.
"Hoje eu achei que teve uma questão física que foi realmente preponderante. Podem dizer que foi o sistema, mas eu não vejo um sistema melhor que o nosso", disse Bernardinho, cobrando a presença de mais jogadores altos no time.