África do Sul de Oscar Pistorius fica em 8º na final do revezamento 4x400 m; Bahamas é ouro

Do UOL, em São Paulo

  • AP Photo/Matt Dunham

    Primeiro atleta biamputado a competir nos Jogos Olímpicos, Oscar Pistorius aguarda a chegada do bastão conduzido por companheiro sul-africano na final do revezamento 4 x 400 rasos

    Primeiro atleta biamputado a competir nos Jogos Olímpicos, Oscar Pistorius aguarda a chegada do bastão conduzido por companheiro sul-africano na final do revezamento 4 x 400 rasos

Oscar Pistorius havia marcado seu nome na história das Olimpíadas ao se tornar, nos Jogos em Londres, o primeiro atleta biamputado a competir no maior evento esportivo mundial. O "Blade Runner", como é conhecido por causa do formato das próteses que usa nos membros inferiores, competiu na prova dos 400 m individual, tendo passado pela primeira rodada e sido eliminado nas semifinais.

Nesta sexta-feira, o corredor de 25 anos inscreveu seu nome em um novo capítulo da história dos Jogos Olímpicos, ao integrar o time sul-africano que participou da final olímpica do revezamento 4 x 400 m. Ele foi o último a receber o bastão, já com a África do Sul distante dos líderes da prova. O time africano terminou a prova na 8ª colocação, com o tempo de 3min03s46.

OURO PARA BAHAMAS

  • Ramon Miller, de Bahamas, chegou à frente do norte-americano Angelo Taylor e garantiu a vitória do seu país no revezamento 4 x 400 m rasos.

Seguindo um histórico de tradição no atletismo olímpico, o time das Bahamas faturou a medalha de ouro em Londres. A vitória caribenha veio nos metros finais da prova, com uma ultrapassagem sensacional de Ramon Miller sobre o veterano norte-americano Angelo Taylor, que não conseguiu manter a liderança dos Estados Unidos após ter recebido o bastão.

A marca baamense foi de 2min56s72, novo recorde nacional. Os estadunidenses cruzaram a linha de chegada com o tempo de 2min57s05, enquanto Trinidad e Tobago took levou o bronze,  com 2min59s40.

A final olímpica masculina do revezamento 4 x 400 m teve a participação de 9 países (além da África do Sul, competiram Bahamas, Estados Unidos, Reino Unido, Trinidad e Tobago, Cuba, Bélgica, Rússia e Venezuela). Isso porque a África do Sul, que havia sido eliminada inicialmente da prova nas semifinais, foi reintegrada após ganhar uma apelação, em circunstância de um acidente com Ofentse Mogawane, um dos seus competidores, que acabou obstruído pelo queniano Vincent Kiliu. No choque, o sul-africano deslocou o ombro. 

Drama e superação

Amputado desde os 11 meses de vida, Pistorius usa pernas artificiais de fibra de carbono e se tornou um fênomeno nos Jogos Paralímpicos, tornando-se recordista dos 100, 200 e 400 m rasos.

Em 2007, Pistorius estreava em competições internacionais para atletas não portadores de deficiência. Ainda naquele, contudo, a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), sob alegação de que as pernas artificiais do sul-africano representariam uma vantagem injusta sobre os demais competidores, determinou o banimento de "qualquer tipo de aparelho ou dispositivo que possa representar uma vantagem sobre atletas que não usem tal dispositivo". 

No ano seguinte, Pistorius iniciou uma batalha jurídica para competir entre a elite do esporte, almejando participar da Olimpíada de Pequim. Ele recorreu no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que acabou lhe concedendo ganho de causa. Com isso, a Iaaf teve de aceitar Pistorius em competições oficiais, embora ele não tenha conseguido em tempo índice para a Jogos Olímpicos na capital chinesa. Já nos Paralímpicos, ele levou a medalha de ouro dos 100, 200 e 400 m rasos, consagrando-se como uma das grandes estrelas da competição.

Em 2011, Pistorius integrou o revezamento sul-africano do 4x400 m que conquistou a medalha de prata no Mundial na Coreia do Sul, apesar de não ter disputado a final.

Durante a competição, uma nova polêmica com a Iaaf sobre as próteses de fibra de carbono. A entidade só autorizou a participação de Pistorius na abertura do revezamento, argumentando que suas duas pernas articifiais ofereceriam risco à segurança dos demais corredores que deixam suas raias após a primeira volta, numa hipótese de que as próteses poderiam se enganchar nos pés dos participantes.

Às vésperas dos Jogos na capital britânica, porém, a entidade mudou de ideia e liberou a presença de Pistorius em qualquer uma das quatro posições da prova, descartando riscos para os atletas.

Pistorius ficará em Londres para disputar os Jogos Paralímpicos entre 29 de agosto a 9 de setembro.

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