Olimpíada vê seleção dependente de Huertas, fraca no lance livre e com Nenê "baleado"

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • AFP PHOTO /EMMANUEL DUNAND

    Jogadores da seleção brasileira de basquete deixam a quadra após derrota para a Argentina, nos Jogos de Londres

    Jogadores da seleção brasileira de basquete deixam a quadra após derrota para a Argentina, nos Jogos de Londres

A seleção masculina de basquete se despediu dos Jogos Olímpicos na noite da última quarta-feira, na derrota para a Argentina por 82 a 77. Apesar de uma boa campanha na fase de grupos (quatro vitórias e um revés), o time de Rubén Magnano mostrou uma série de limitações, algumas mais práticas de jogo, outras conceituais.

Abaixo segue uma lista com cinco problemas enfrentados pelo Brasil, na queda nas quartas de final, um passo antes do sonho de jogar pela medalha olímpica.

DEPENDÊNCIA DE HUERTAS

  • A preparação para os Jogos de Londres já apontava que a seleção perdia seu rumo de ataque quando o armador do Barcelona precisava descansar no banco (por acúmulo de faltas ou cansaço mesmo). O jovem Raulzinho não está pronto, e Larry Taylor não conseguiu ser o plano B que Magnano apostava. Huertas foi o grande nome da seleção na Olimpíada, mas a equipe acusou que precisava de mais repertório coletivo. Contra a Argentina, ficou em quadra quase o tempo todo (37 minutos) e anotou 22 pontos. Não foi o bastante.

FRACA NO LANCE LIVRE

O técnico Rubén Magnano admitiu após a eliminação que os disparos de lance livre foram um dos pontos fracos da campanha brasileira em Londres. A equipe se despede da Olimpíada com 63% de aproveitamento (a terceira pior marca entre os times participantes neste ponto da competição). A dificuldade de fundamento está simbolizada em Tiago Splitter, que na decisão contra a Argentina acertou só duas de oito bolas. Na derrota decisiva por apenas cinco pontos, o fundamento poderia ter feito a diferença a favor dos brasileiros.

NENÊ JOGA BALEADO

  • A seleção viajou a Londres com a força do garrafão decantada como a melhor dos últimos tempos. Mas uma das peças do setor não conseguiu ser produtivo para a equipe. Nenê sofreu com uma fascite plantar e saiu lesionado da partida com a China na primeira fase. Após ser preservado contra a Espanha, o pivô voltou na decisão diante da Argentina e teve atuação fraca, perdendo o duelo de defesa contra o coadjuvante Gutierrez.

BLOQUEIO EMOCIONAL CONTRA ARGENTINA

Freguês da Argentina na última década, com derrotas em competições importantes como no Mundial de 2010, o Brasil chegou ao encontro de Londres com a confiança de que finalmente poderia jogar de igual para igual com os rivais sul-americanos. Na fase de preparação, dois confrontos e uma vitória para cada lado. No entanto, o roteiro da partida que valia de verdade se repetiu, com Scola brilhando no garrafão e Ginóbili ditando o ritmo do jogo como bem desejava.

PODER DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS MINUTOS

  • A capacidade de confirmar vitórias ou virar placares nos últimos instantes tem sido uma dificuldade constante para esta geração da seleção brasileira. Na Olimpíada, o time de Magnano passou sufoco contra rivais mais fracos, como Austrália e Grã-Bretanha, e deixou escapar uma vitória sobre a Rússia nos últimos segundos. Na derrota para a Argentina nas quartas de final, a equipe diminuiu diferença de mais de dez pontos no quarto período (chegou a ficar só 2 abaixo), mas com a bola nas mãos vacilou e deixou os adversários abrirem vantagem de novo.

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