Vôlei celebra 20 anos do 1º ouro coletivo do Brasil; veja como estão os jogadores
Do UOL, em São Paulo
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Jorge Araújo/Folhapress
Jogadores da seleção brasileira de vôlei ouvem o hino nacional no pódio da premiação em Barcelona
Neste 9 de agosto em que a seleção brasileira feminina de vôlei buscará classificação para sua segunda final consecutiva olímpica, o Brasil comemora 20 anos do feito que colocou definitivamente o país na mapa das modalidades coletivas. Em 1992, num domingo de Dia dos Pais, José Roberto Guimarães comandava uma equipe extremamente jovem rumo à conquista do primeiro ouro coletivo do Brasil em Jogos Olímpicos.
Se a geração de Los Angeles-1984 já havia aberto caminho com a medalha de prata, o lugar mais alto do pódio na Espanha asfaltou a rota que mais tarde levaria a seleção brasileira a dominar o vôlei em seus dois gêneros e que serviria de modelo de gestão para outros esportes.
Relembre abaixo, em fotos, a vitória na final contra a Holanda e veja como estão hoje aqueles 13 pioneiros campeões olímpicos.
Amauri (80, 84, 88, 92)
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Único remanescente da ‘geração de prata’ em Barcelona, Amauri jogou até o ano seguinte, 1993. Depois, aventurou-se como personal trainer e assessor esportivo, dando clínicas de vôlei, até passar a dedicar-se ao vôlei sentado, modalidade paraolímpica. Ex-técnico da seleção brasileira, hoje ele é presidente da ABVP (Associação Brasileira de Vôlei Paralímpico).
Carlão (88, 92, 96)
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Capitão do time campeão olímpico de 1992, Carlão jogou em alto nível na quadra até o início dos anos 2000, quando resolveu se aventurar no vôlei de praia. Após dois anos de resultados medianos, ele voltou ao indoor, mas acabou se aposentando pouco depois. Nos últimos anos, foi embaixador do Esporte pelo Banco do Brasil e trabalhou com o governo de Santa Catarina em projetos de desenvolvimento do esporte. Atualmente, é comentarista de vôlei do Sportv.
Douglas (92, 96, 2000)
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Douglas Chiarotti, que continuaria na seleção até os Jogos de Sydney-2000, seguiu na carreira de atleta até 2006, quando se aposentou em razão de sucessivas lesões no joelho. O ex-jogador logo engatou na função de assistente técnico e não demorou a assumir o cargo de treinador. Na temporada passada, esteve à frente da equipe da Cimed.
Giovane (92, 96, 2000, 2004)
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Destaque da seleção de 92 entre o público feminino, Giovane Gávio jogou até 2005, sendo que durante dois anos neste período formou uma dupla de vôlei de quadra com Tande e conquistou o Circuito Nacional. Ainda jogou três Olimpíadas e, após se aposentar, enveredou para o lado da comissão técnica. Inicialmente, virou gestor da Unisul/SC. Hoje treina o Sesi e tem o título de único atleta a ser campeão da Superliga como jogador e como técnico.
Janelson (1992)
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Janelson é o único dos campeões de Barcelona-1992 que não continuou no esporte de nenhuma maneira. Atualmente, o ex-jogador vive recluso, longe dos holofotes, sem conceder entrevistas.
Jorge Edson (1992)
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Menos badalado do que a maioria dos companheiros da geração de ouro, Jorge disputou apenas uma Olimpíada e ficou mais conhecido por integrar o Palmeiras nos tempos áureos em que o clube de futebol tinha um tradicional e forte time de vôlei. Após se aposentar em 2000, Jorge seguiu o caminho de grande parte de seus companheiros e também virou técnico. Na última temporada, foi auxiliar de Paulo Coco no time feminino do Vôlei Futuro.
Maurício (88, 92, 96, 2000, 2004)
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Apontado por alguns como o melhor levantador de todos os tempos, Maurício foi um quebrador de recordes do vôlei brasileiro, sendo o único jogador da modalidade a disputar 5 edições olímpicas e participando das campanhas dos dois ouros, em Barcelona e em Atenas-2004 (assim como Giovane). Aposentado em 2005, o craque não saiu do vôlei, mas optou por trabalhar com gestão. Há dois anos gerencia a equipe do Campinas e atualmente é comentarista da Record.
Marcelo Negrão (92, 96)
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Autor do último ponto do Brasil na final olímpica contra a Holanda, em um ace potente, Negrão tinha apenas 19 anos quando conquistou o ouro e sempre foi apontado como um dos atacantes mais promissores do mundo. A fraca campanha do Brasil em Atlanta e as sucessivas lesões, porém, não permitiram ao oposto deslanchar. Em 2003, ele se despediu das quadras e tentou seguir carreira na praia, mas nunca teve real sucesso nas areias. Hoje, dá palestras motivacionais, é um dos embaixadores do Banco do Brasil e comentarista do Bandsports.
Pampa (88, 92)
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Dos campeões olímpicos de 92, Pampa, que já havia jogado a Olimpíada de Seul e que se aposentou em 2000, foi quem tentou levar mais a sério uma carreira na política, integrando o Ministério do Esporte e tentando até mesmo uma candidatura de deputado. Hoje, comanda uma empresa de marketing esportivo que leva seu nome.
Paulão (92, 96)
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Um dos jogadores mais queridos do grupo de 1992, Paulão permaneceria na seleção até a disputa dos Jogos de Atlanta, quando, ao lado dos parceiros de ouro olímpico, teve de amargar o 5º lugar. Após se aposentar, o ex-central dedicou-se a projetos sociais, inclusive com governos estaduais, e virou embaixador do Banco do Brasil ao lado de Negrão, Maurício e Carlão. A vida de ‘cartola’ terminou definitivamente em 2011, quando Paulão virou técnico do Canoas e levou o time gaúcho ao título da Liga Nacional.
Talmo (92)
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Levantador bastante habilidoso e reserva de Maurício, Talmo consagrou-se mesmo como atleta nos clubes por onde passou. Jogou em alto nível até 2006, quando deixou as quadras para virar treinador. Em pouco tempo, fez bons trabalhos no Cruzeiro e no Montes Claros, no masculino, e desde a temporada passada comanda a equipe feminina do Sesi.
Tande (92, 96, 2000)
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Considerado um dos líderes da geração de 1992, Tande jogaria ininterruptamente na seleção até Sydney-2000. Depois, migrou para o vôlei de praia e, dos jogadores que trocaram a quadra pela areia, foi o mais bem sucedido, chegando ao título do Circuito Mundial e obtendo bons resultados com parceiros como Emanuel, Giovane, Franco e Pedro Cunha. Despediu-se em 2007 e entrou para a televisão, primeiro como comentarista e agora como apresentador do Esporte Espetacular.
José Roberto Guimarães (92, 96, 2004, 2008)
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Depois de se tornar o primeiro técnico campeão olímpico do Brasil, Zé Roberto permaneceu na seleção masculina até o final dos anos 1990, ficando em quinto lugar em Atlanta. No comando da seleção feminina, amargou a quarta colocação em Atenas, mas levou o time ao lugar mais alto do pódio em 2008 e se tornou o primeiro treinador campeão olímpico nos dois gêneros. Hoje, está em Londres em busca de seu terceiro título e é técnico do novo time de mulheres de Campinas.