Andy Murray é campeão dos Jogos Olímpicos de Londres. Contando com apoio maciço das arquibancadas, o britânico foi um gigante diante de Roger Federer e atropelou o suíço por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/1 e 6/4 em uma hora e 56 minutos. Mais do que a primeira medalha de ouro do Reino Unido na chave de simples desde 1908, a vitória representa a vingança pessoal pela final do Torneio de Wimbledon.

O ambiente era o mesmo do último duelo. O patriotismo também. A torcida por Murray idem. Do outro lado da quadra estava o mesmo Federer, maior vencedor de Grand Slams na história, número 1 do mundo e recordista de semanas no topo do ranking.

Os tenistas se enfrentaram há menos de um mês na mesma quadra central do All England Club, em Wimbledon. Na ocasião, o britânico lutou, mas levou a pior em quatro sets e chorou. Na Olimpíada, com nova chance de fazer história diante de sua torcida, não decepcionou.

Quarto colocado no ranking, Murray não possui um troféu de Grand Slam, mas entrou de vez na galeria de heróis do Reino Unido ao se tornar o primeiro a conquistar uma medalha de ouro na chave de simples do tênis masculino em 104 anos. Curiosamente, a última havia sido também em Londres com Josiah Ritchie.

A Federer, fica o consolo por uma inédita medalha de prata, mas o gosto amargo de não fechar o Golden Slam – títulos nos quatro principais torneios do circuito mais o ouro olímpico. Com 30 anos, faz 31 nesta semana, o suíço terá de vir ao Rio de Janeiro em 2016 para nova tentativa de faturar a sonhada conquista.

Este foi o 17º confronto entre os atletas na história e o retrospecto é altamente equilibrado: Murray agora tem uma vitória a mais que Federer.

O jogo

A partida começou favorável a Federer. Murray teve de salvar dois break points logo de cara, enquanto o suíço confirmou fácil seu primeiro serviço. Mas aos poucos o britânico ficou mais à vontade em quadra e, com a torcida gritando seu nome, cresceu.

Murray contou com os erros de Federer e conseguiu duas quebras de saque, no sexto e no oitavo games. O suficiente para sair frente no placar com um confortável 6/2.

A segunda parcial foi ainda mais confortável. Com boa dose de sorte – marcou dois pontos com a bola batendo na rede –, Murray derrubou os dois primeiros saques de Federer e abriu folga. Quando, com 5/1 de desvantagem, parecia que o suíço se recuperaria e conseguiria uma quebra, Andy reverteu um 0-30 e fechou o set.

O domínio de Murray prosseguiu na terceira parcial. Apesar de não anotar muitos aces, o britânico foi praticamente perfeito em seu saque e não recebeu ameaças. Federer, por outro lado, sofreu uma quebra no quinto game e viu suas chances na partida diminuírem.

Em vantagem, o tenista da casa apenas administrou o placar. O suíço confirmou fácil seu último serviço, mas Murray, com 5/4, sacou para a vitória e não decepcionou a plateia. Fechou o duelo e, ovacionado, garantiu o ouro para o Reino Unido.