Em jogo emocionante, Brasil perde para a Rússia ao levar cesta de três nos segundos finais

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • REUTERS/Mike Segar

    Com Leandrinho caído, russo Vitaliy Fridzon arremessa para dar a vitória à Rússia

    Com Leandrinho caído, russo Vitaliy Fridzon arremessa para dar a vitória à Rússia

A Olímpiada ainda esperava por uma grande atuação da seleção brasileira, que vinha de vitórias nas primeiras rodadas com performances irregulares e cheio de deficiências. Nesta quinta-feira o time de Rubén Magnano mostrou essa evolução. Com atuação surpreendente de Larry Taylor e uma cesta genial de Marcelinho Huertas, chegou aos últimos seis segundos com dois pontos de vantagem. Mas uma cesta de três a pouco mais de quatro segundos do fim selou a derrota. O time foi derrotado pela Rússia por 75 a 74, no primeiro teste contra uma equipe de ponta nos Jogos de Londres.

"Perdemos, mas isso acontece. É basquete. No fim do jogo, nós erramos, eles erraram e mesmo assim tivemos a bola na mão. Só perdemos porque eles acertaram uma bola milagrosa", lamentou o pivô Anderson Varejão. "Foi uma partida boa. A derrota foi uma infelicidade. O cara acertou uma bola caindo. Só mexeu a munheca e a bola caiu", completou o ala Alex.

Melhor pontuador dos Jogos Olímpicos até o início da rodada desta quinta-feira (então com média de 25,5 pontos por jogo), Andrei Kirilenko desequilibrou a partir do segundo quarto e comandou a Rússia. O ala do Minnesota Timberwolves confrontou diferentes marcadores durante o jogo, sofreu principalmente contra Alex, melhor brasileiro na função, e terminou com 19 pontos, menos do que sua média no torneio.

Além disso, os adversários russos ainda contaram nesta quinta-feira com a eficiência do melhor assistente do torneio olímpico nos primeiros jogos, Alexey Shved. Mais uma vez, a boa média de 9,5 por partida até a terceira rodada não se repetiu: ele terminou o jogo com seis assistências.

As duas seleções chegaram ao jogo sem derrotas, mas saem da quadra do complexo olímpico de Londres agora em situações diferentes. Os russos sonham com o primeiro lugar da chave, em disputa que tem a Espanha de Pau Gasol como favorita. Do lado brasileiro, por sua vez, a terceira colocação já parece a projeção mais fácil, com a França pintando no horizonte como um possível rival das quartas de final.

Nesta quinta, a primeira cesta da partida demorou dois minutos e meio para sair, com Alex na linha dos três pontos, depois de uma sequência de erros ofensivos das duas partes. Em seguida uma série de boas jogadas de Huertas e Splitter colocou os brasileiros em vantagem no placar.

Após o pesadelo vivido da linha dos três nos primeiros jogos, finalmente a bola de fora começou a cair já no primeiro quarto, com Leandrinho e Marquinhos. Desta forma, o time de Magnano fez seu melhor primeiro quarto na Olimpíada e fechou a parcial com placar de 20 a 15.  

Mas Kirilenko começou a mostrar seu jogo no segundo quarto, partindo para cima da marcação brasileira, ora com Marquinhos, ora com Varejão. O ala russo passou a concentrar as ações ofensivas e converteu de tudo que foi jeito, debaixo da cesta ou do perímetro, além de chamar uma falta atrás da outra.

O titular Alex, então, voltou do banco com a missão de assumir a marcação de Kirilenko e a seleção conseguiu limitar a ação do astro russo momentaneamente. Mesmo assim, os rivais foram para o intervalo com a vantagem já esticada de 40 a 32.

O Brasil voltou para o terceiro período com a missão de melhorar seu aproveitamento de cestas de quadra. E o time de Magnano chegou a diminuir a desvantagem com boas ações de Varejão, mas passou a sofrer com o bom momento do pivô Timofey Mozgov  e viu os russos desgarrarem de novo.

Os brasileiros começaram o período final seis pontos abaixo (59 a 53) e, com Larry Taylor em quadra, encontraram o melhor de seu jogo. O norte-americano, que não vinha jogando muito bem até agora, fez sua melhor partida em Londres. Dominando a bola do fim do quarto período até o fim do último, ele marcou 12 pontos e, mais importante, roubou duas bolas em momentos chave. Ao lado de Larry, Leandrinho também começou a chamar a bola de definição.

Brasileiros em Londres - dia 6
Brasileiros em Londres - dia 6

SELEÇÃO RECUPERA CONFIANÇA E LUTA PARA RETORNAR À ELITE

A virada não demorou e a seleção nacional chegou ao último minuto com três pontos de vantagem. Um chute de três de Shved empatou o placar. A 26 segundo fim, com o empate em 72 a 72, a bola ficou na mão de Marcelinho Huertas, que entrou no lugar de Larry para fechar a partida. Ele infiltrou e conseguiu uma cesta acrobática, caindo, usando a tabela para fazer a bola entrar.

Os dois técnicos, então, pediram tempos seguidos. E os russos foram melhor nos segundos de definição. Repondo a bola em jogo, Sheved encontrou Fridzon. Leandrinho, que estava na marcação, escorregou e o russo subiu par ao tiro de três. A bola saiu da zona morta e entrou direto, sem bater no aro, definindo o jogo.

Depois da derrota para a Rússia, a seleção brasileira volta a atuar nos Jogos Olímpicos no próximo sábado, às 12h45 (de Brasília), para enfrentar a China. E assim restará apenas o compromisso tido como o mais complicado na primeira fase, diante da Espanha, na segunda-feira da próxima semana. 

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