Um final emocionante deu a um "escondido" Cesar Cielo a medalha de bronze nos 100 m livre nos Jogos Olímpicos de Pequim. Quatro anos depois, já "descoberto", o brasileiro busca sua segunda medalha olímpica na prova, a partir das 16h20 (horário de Brasília), com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Olimpíadas. Quem serão os principais rivais do recordista mundial em Londres?

No evento chinês, Cielo nadou escondido na raia 8, uma das piores para quem quer brigar por um pódio. Foi ali, quase despercebido, que ele transformou a desvantagem em trunfo, cravou o terceiro melhor tempo e escreveu seu nome na história da natação brasileira.

Se em Pequim deixaram o quase desconhecido Cielo subir ao pódio, é preciso saber contra quem o brasileiro vai lutar por medalhas, para não cair no mesmo erro. E a bola da vez nas apostas é o falastrão James Magnussen.

O australiano avançou com o melhor tempo das semifinais, mas não é isso que assusta. O nadador de 21 anos, campeão mundial em Xangai-2011, venceu o Campeonato Australiano, em março, com 47s10. Isso representa a quarta melhor marca da história e a melhor prova depois do fim da era dos maiôs tecnológicos.

Além de Magnussen, apenas Nathan Adrian conseguiu nadar abaixo dos 48s em Londres. Campeão olímpico em Pequim-2008 e prata em Londres no 4x100 m livre, além de títulos mundiais nas provas de revezamento em Roma-2009 e Xangai-2011, o norte-americano, que chega à final com 47s97, pode fazer seu primeiro grande resultado em voo solo na carreira.

Assim como fez Cielo há quatro anos, Yannick Agnel pode ser a grande surpresa na final, não pelos resultados, mas pela sua posição. Nadar na raia 1 pode ajudar - como aconteceu com o brasileiro em Pequim - ou atrapalhar - como acontece com a maioria dos nadadores. Mas por que o francês é perigoso? Justamente pela campanha em Londres. Foi ele o responsável pela virada da França sobre os EUA na final do 4x100 m livre, quando superou Ryan Lochte nos últimos metros. Nos 200 m livre, outro ouro. Duas medalhas que podem impulsionar o europeu a mais um pódio.

O canadense Brent Hayden, "vovôzinho" da final (é o mais velho, com 28 anos), é outro que pode surpreender. Ele foi campeão mundial em Melbourne-2007 e vice em Xangai-2011, além de ter mais três medalhas em mundiais em provas de revezamento.

Mesmo com melhores tempos que o brasileiro nas semis, o cubano Hanser Garcia, batido por Cielo nos 50 m e 100 m livre nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011, e o holandês Sebastiaan Verschuren aparecem como azarões, bem como Nikita Lobintsev. Entre eles, apenas o russo, prata em Pequim no 4x200 m livre e bronze no 4x100 m livre em Londres, pode incomodar.

No entanto, em uma prova como essa, a segunda mais veloz da natação olímpica, mesmo que se apontem favoritos e tendências, tudo pode acontecer. Uma prova perfeita não significa medalha de ouro, mas um mínimo vacilo pode afastar qualquer concorrente do pódio. Dessa vez, todos conhecem Cielo e, com certeza, ele sabe contra quem estará nadando. A vantagem é que o brasileiro sabe o atalho para o pódio: os rivais, não.