Arábia Saudita impõe cartilha e "vigia" de familiar para mulheres competirem em Londres

Das agências internacionais

Em Riad (Arábia Saudita)

  • Xiang Mei / HANDOUT/EFE

    Amazona saudita Dalma Rushdi em ação durante Jogos Olímpicos da Juventude em Cingapura

    Amazona saudita Dalma Rushdi em ação durante Jogos Olímpicos da Juventude em Cingapura

O governo da Arábia Saudita explicou nesta segunda-feira que as mulheres do país que competirão nos Jogos Olímpicos de Londres  terão que seguir uma “cartilha” de três itens.

O príncipe Nawaf ben Fayçal, diretor da juventude do país, disse que as mulheres terão que respeitar as seguintes normas: que se usem uma vestimenta islâmica, (sem nudez), que sejam acompanhadas por um familiar próximo e que não se misturem com outros povos da cidade.


O primeiro item significa, na prática, usar roupas soltas, modestas e um "hijab esportivo" - um lenço que cobre o cabelo, mas não o rosto. O segundo é que o familiar seja uma garantia de que a mulher cumprirá o terceiro item e ficará isolada.

“Como eu havia falado antes, o Comitê Olímpico saudita não tem nenhum setor feminino, mas em casos de convite do COI [Comitê Olímpico Internacional] ou de outra federação internacional, a participação das sauditas deve respeitar essas três regras”, falou Fayçal.

A participação pública de mulheres no esporte ainda sofre forte oposição de diversos religiosos conservadores no país, onde quase não há tradição de mulheres esportistas.

No país, a decisão de permitir a classificação de mulheres é tida como um grande passo progressista. Ela veio após negociações secretas entre o rei Abdullah, que há muito vem pressionando para que mulheres tenham um papel mais ativo na sociedade, o príncipe herdeiro, o ministro das Relações Exterior e várias lideranças religiosas do país.

Acredita-se que apenas uma única mulher ainda teria chances de se classificar para os Jogos, a amazona Dalma Rushdi Malhas.

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