Distante das marcas da medalha, Fabiana Murer usa "frasesinhas" da ginástica por motivação

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • Jung Yeon-Je/AFP

    Fabiana Murer compete hoje na etapa de Eugene (EUA) da Liga Diamante

    Fabiana Murer compete hoje na etapa de Eugene (EUA) da Liga Diamante

Atual campeã mundial do salto com vara, a brasileira Fabiana Murer é uma das esperanças brasileiras de medalha nos Jogos Olímpicos de Londres. E, para triunfar na competição, ela já tem de cabeça as marcas “mágicas” que podem render medalha.

A saltadora contou, em entrevista ao UOL Esporte, que precisa no mínimo igualar a marca que lhe rendeu o título mundial em Daegu, na Coreia do Sul, 4,85 m para chegar pelo menos até o bronze.  Para o ouro, ela terá que superar em cerca de 10 cm este número, que já é o maior alcançado em sua carreira.


“Acho que 4,85 m dá a medalha de bronze. Para ganhar, por volta de 4,95 m,  porque no ano das Olimpíadas o resultado cresce, os atletas se empenham mais.  Acho que as marcas vão subir em relação ao que foi no último Mundial. Por isso falo que tenho que melhorar minha marca se quiser medalha, estou treinando pra isso. Sei que posso chegar na casa dos 4,90 m e saltar perto dos 5 metros”, falou.

Mas após atingir sua melhor marca no Mundial, Fabiana saltou a 4,70 m no Pan de Guadalajara, marca que lhe rendeu a medalha de prata.

Este ano, após quase seis meses treinando, competiu em duas oportunidades e ficou longe de atingir as marcas que podem lhe dar pódio. Pulou a  4,50 m nas etapas de São Paulo e Rio de Janeiro do Grand Prix.

A partir deste sábado, na etapa de Eugene (EUA), da Liga Diamante, faz seu giro internacional, o último antes dos Jogos. Competirá ainda no dia 9, em Nova York, e no dia 20 de julho, em Mônaco.

Mas, se os resultados do começo do ano ainda não são animadores em relação à suas pretensões para Londres, Fabiana já tem de onde buscar motivação. Ela contou que procura tirar forças da ginástica artística, modalidade que praticou quando era criança.

De lá tira frases de pensamento positivo e foi onde aprendeu a evitar se entregar em situações adversas.

Eu fiz ginástica artística antes do salto com vara e acho que isso me ajudou bastante a ter concentração para a competição na hora da prova. Um técnico meu da ginástica fazia trabalhos psicológicos do que deveríamos pensar, nunca pensar em ´não´, como não posso fazer isso, tem que pensar ´eu tenho que fazer isso´ e não falar não. São coisas que uso até hoje, sou capaz, posso fazer, acredito em mim, são frasesinhas que me ajudam a saltar que eu trouxe da ginástica.”

Fabiana afirma que suas marcas em competições são geralmente superiores às dos treinamentos e que seus treinos têm sido bons.

“Treinos têm seus altos e baixos, às vezes estou bem, às vez mal. Sempre tenho consciência de que quando estou mal preciso dar uma descasada porque quando eu voltar vai sair o que eu quero. Faz 15 anos que eu treino. Hoje tenho experiência e tranquilidade pra treinar assim. Mas salto com vara são metas, eu quase nunca saltei minha melhor marca em treino, sempre na competição. Se eu fizer uma marca no treino eu posso subir 20 a 25 cm na competição. Isso não é regra, é um parâmetro meu.”
 

Fabiana Murer
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