Torcida empurra, Brasil faz seu melhor jogo e garante vaga do vôlei em Londres
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Carlos (SP)
-
Celio Messias/VIPCOMM
Jogadoras do Brasil comemoram ponto conquistado na final do Pré-Olímpico; vitória garantiu a vaga olímpica
O clima foi de decisão, e o começo do jogo também. Só que do nono ponto do Peru em diante, o Brasil jogou seu melhor vôlei no Pré-Olímpico em São Carlos e transformou a final em uma partida fácil. Com 3 sets a 0 (25-12, 25-16 e 25-9), o time de José Roberto Guimarães garantiu a vaga em Londres, onde poderá defender o título conquistado há quatro anos, em Pequim.
Com a seleção feminina, o Brasil soma 211 atletas garantidos em Londres. A vaga poderia até ter vindo antes, no ano passado, na Copa do Mundo disputada no Japão. Após seis meses de espera, as meninas finalmente comemoraram. Puxadas por Adenízia, Camila Brait e Jaqueline, a seleção dançou até o hit "Tchu-Tcha-Tcha", para delírio do público presente.
Lotado pela primeira vez na semana, o ginásio finalmente teve clima de jogo importante. O público aplaudiu e apoiou nas horas certas, fez pressão no Peru e emocionou ao cantar forte o hino mesmo após o fim da melodia no sistema de som, repetindo o que já havia feito antes dos jogos anteriores.
"A torcida foi um fator muito importante. Hoje estava lotado, né? Senti até um frio na barriga. Quase chorei ali na hora do hino, mas consegui me segurar", disse Jaqueline.
LEIA MAIS SOBRE VÔLEI NO UOL
- Aos 35 anos, Giba deixa o Brasil para jogar na Argentina, na próxima temporada
- Sucesso no Pré-Olímpico, colombiana diz que sofreu invasão brasileira no Facebook
- Torcida empurra, Brasil faz seu melhor jogo e garante vaga do vôlei em Londres
- Mamães olímpicas pegam no batente na festa, mas dão "jeitinho" para verem as filhas
O Brasil também seguiu o roteiro de vitórias, mas desta vez diante de um rival de maior porte. Potência nos anos 1980, o Peru é o segundo melhor time da América do Sul e chegou à decisão como o único time do torneio que não admitiu de antemão o título das donas da casa.
Nos primeiros pontos, chegou a dar a impressão de que poderia realmente estragar a festa. Sob o comando da levantadora Elena Keldibekova, as peruanas usaram bem o bloqueio, quebraram o passe da seleção e mantiveram o jogo equilibrado até o décimo ponto de cada equipe.
Quando encaixou o jogo, o Brasil atropelou, exibindo os melhores momentos do time em todo o torneio, fazendo 25 a 12. Na parcial seguinte, o começo foi arrasador. Nada menos que sete pontos em sequência, que não deram espaço para uma reação peruana. Em oito minutos, o placar já apontava 11 a 2, e o Brasil manteve o ritmo para fechar em 25 a 16.
O terceiro set foi a mesma história. Com Jaque muito bem na recepção e Fabíola eficiente na distribuição, o Brasil conteve o ímpeto das adversárias e selou o título com um 25 a 9.
"A classificação era uma obrigação nossa. Nós nunca escondemos que éramos favoritos. Conseguimos e agora vamos pensar no Grand Prix, que tem rivais mais fortes que são importantes para a gente até Londres", disse José Roberto Guimarães.
Agora, a seleção deve ter uma breve folga para se preparar para o Grand Prix, em junho, última grande competição antes de Jogos Olímpicos.