Chefe do judô elogia Kitadai e lembra que até família brincou com incidente no Pan
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
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REUTERS/Eduard Korniyenko
Felipe Kitadai no pódio do Pan, quando ganhou a medalha de ouro mesmo com o incidente na semifinal
Muito preocupada com o lado psicológico e a confiança de cada um dos seus atletas, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) não dispensa nenhuma atenção especial a Felipe Kitadai. Famoso após o ouro e o incidente que protagonizou no Pan, quando “borrou” o quimono na semifinal, o judoca é elogiado pela entidade pela maneira como lidou com a situação embaraçosa.
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Acidente de Kitadai foi flagrado pelas câmeras de TV, que mostraram o quimono "borrado" do judoca
“Olha, se fosse para acontecer com alguém da seleção, que bom que tenha sido com ele, porque ele é brincalhão, leva tudo numa boa. Se fosse outro atleta, talvez não tivesse nem terminado a luta, porque isso abala sua concentração”, disse Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ.
Felipe Kitadai esteve longe de desistir. Ganhou a fatídica semifinal, lutou a decisão com um quimono emprestado e conquistou o ouro no Pan de Guadalajara. Desde então, ele tem lidado com bom humor com o caso.
“Tanto é que até a família brincou com ele. Quando ele chegou no aeroporto a mãe tinha levado papel higiênico para recebê-lo”, contou Ney Wilson, também bem-humorado.
Não receber tratamento especial da CBJ, no entanto, não significa vida fácil para Felipe Kitadai, quase garantido nos Jogos de Londres. Toda a delegação brasileira ficará longe da Vila Olímpica.
“A vila é um parque de diversões. Nossa modalidade não vai para participar, mas para conseguir resultados. O isolamento é uma estratégia nossa. É para minimizar o efeito da Vila Olímpica nos nossos atletas, especialmente nos mais novos, porque aquilo tudo mexe com a concentração”, disse Ney Wilson.
O judô brasileiro ficará instalado em Sheffield, cidade que fica a cerca de três horas de Londres. Em um hotel com clima bucólico, os atletas terão todo o estafe da CBJ à disposição, jogos para passarem o tempo e quartos individuais. A dois dias de lutar, os atletas serão transferidos para a Vila Olímpica, onde terão o mesmo atendimento.
Cada judoca terá um companheiro de treino. Os classificados para Londres enviarão três sugestões de nomes para a CBJ, que escolherá quem vai acompanhá-los na Olimpíada.