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24/08/2008 - 03h05

Brasil perde de novo para os EUA e encerra ciclo com prata amarga

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Uma era chegou ao fim. A melhor geração do vôlei masculino brasileiro encerrou o seu ciclo de uma maneira amarga. Neste domingo, a equipe perdeu a final dos Jogos Olímpicos de Pequim para os Estados Unidos por 3 sets a 1, com parciais de 20-25, 25-22, 25-21 e 25-23, ficando com a medalha de prata.

Flávio Florido/UOL
Seleção brasileira teve bom começo na final ao vencer o primeiro set por 25 a 20
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Depois, o time verde-amarelo viu a equipe norte-americana reagir para levar o ouro
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Técnico Bernardinho fica sem conquistar
o segundo ouro seguido à frente do Brasil
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Com a derrota, o Brasil perdeu a chance de se tornar o primeiro país a conquistar, na seqüência, dois títulos olímpicos e dois mundiais. Além disso, não conseguiu se vingar dos Estados Unidos, que os venceram na Liga Mundial realizada no Rio de Janeiro no mês passado.

A derrota na Liga, inclusive, provocou dúvida sobre o desempenho do Brasil em Pequim. Mas o time, aos poucos, se encontrou no campeonato. Vitórias convincentes sobre Polônia, Alemanha e, sobretudo, Itália deram confiança à seleção na final.

Já os Estados Unidos precisaram superar uma tragédia para ir à decisão. No começo da Olimpíada o sogro do técnico Hugh McCutcheon foi assassinado. O treinador desfalcou a equipe por algumas partidas, mas voltou ao banco na fase final dos Jogos.

Na decisão, prevaleceu o histórico do confronto entre norte-americanos e brasileiros nos últimos anos. Desde que Bernardinho assumiu, em 2001, o Brasil foi derrotado oito vezes pelos Estados Unidos.

O resultado deste domingo encerra a participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim. O país não conseguiu superar o desempenho de Atenas, deixando a China com 15 medalhas, sendo três de ouro, quatro de prata e oito de bronze. Quatro anos atrás, os brasileiros conquistaram cinco medalhas de ouro.

Na final, o Brasil começou melhor. Dois ataques errados de Stanley deixaram a seleção com a vantagem de 3-0. Em nenhum momento do primeiro set os brasileiros permitiram a reação dos rivais.

A principal virtude brasileira na parcial foi a bola rápida de meio com o central André Heller. E foi exatamente em um lance desses que a seleção fechou o set pelo placar de 25-20, em 26 minutos.

No segundo set, os Estados Unidos voltaram muito melhor. Forçando o saque com Stanley, a seleção norte-americana abriu incríveis 6-0 de vantagem. O técnico Bernardinho resolveu arriscar, colocando o ponteiro Murilo no lugar do oposto André Nascimento.

A mudança serviu para estancar a sangria de pontos. E um desempenho sensacional do bloqueio, com três acertos seguidos, diminuiu a vantagem para apenas dois pontos (17-15).

Um ataque de Giba fez o Brasil encostar de vez no marcador (21-20). Mas os norte-americanos mantiveram a calma e fecharam o set em 25-22 com um ataque de Stanley, em 30 minutos.

O terceiro set começou equilibrado, com os times se alternando na liderança do marcador. Os Estados Unidos só conseguiram abrir uma vantagem de três pontos (12-9) depois do tempo técnico.

Atrás no placar, o Brasil não conseguiu virar as bolas. Bernardinho fez três mudanças, colocando em quadra o levantador Bruno, o oposto Samuel e o ponta Murilo. Mas os norte-americanos controlaram o jogo até fecharem em 25 a 21 após um erro de saque de Samuel, em 27 minutos.

O Brasil, então, foi para o tudo ou nada. Murilo seguiu na quadra no lugar de André Nascimento. O time construiu uma vantagem de dois pontos no início da quarta parcial, mantida por um bom tempo graças à atuação do bloqueio.

Mas no final do set, a qualidade de Stanley fez a diferença, ao marcar dois pontos seguidos. O Brasil contribuiu, com dois erros de Giba, que deixaram os Estados Unidos com 22-20 no placar. Então, os norte-americanos apenas viraram a bola para fechar por 25-23.

Agora, o ciclo está encerrado. O meio-de-rede Gustavo já anunciou a sua saída da seleção. Ele pode ser seguido pelo líbero Escadinha e até mesmo pelo técnico Bernardinho.

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