Com uma vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria, a Argentina conquistou o bicampeonato olímpico neste sábado. Em uma decisão que repetiu os finalistas dos Jogos de Atlanta-96, os algozes da seleção brasileira deram o troco sobre os africanos e levaram o ouro com gol de Di Maria no segundo tempo.

A campanha da equipe campeã de Atenas-04 foi irretocável. Depois de passar pela primeira fase com 100% de aproveitamento, o time comandado por Sérgio Batista só teve dificuldades para vencer a Holanda, pelas quartas-de-final, por 2 a 1. Após empate no tempo normal, foi Di Maria quem selou a classificação ao balançar as redes no final do primeiro tempo da prorrogação.

A vaga na final foi conquistada com uma vitória acachapante sobre o Brasil. O clássico teve contornos de final antecipada, mas Aguero não tomou conhecimento da invencibilidade do time de Dunga, que não havia sofrido gol até então. O atacante argentino marcou dois em menos de cinco minutos e ainda sofreu o pênalti convertido por Riquelme, fechando a goleada.

Neste sábado, a Nigéria bem que tentou repetir a decisão olímpica de 12 anos atrás, quando derrotou os sul-americanos por 3 a 2, de virada, com gols de Babayaro, Amokachi e Amunike. Não deu. A veloz equipe africana até conseguiu criar algumas jogadas que levaram o trio ofensivo formado por Obinna, Okoronkwo e Odemwingie a ter boas chances de gol. Porém, falhas no último passe e de finalização impediram com que a meta argentina fosse vazada.

O horário da partida - 12h local - prejudicou o futebol das duas equipes mais velozes do torneio olímpico. O sol forte que incidiu sobre Pequim fez com que as equipes se poupassem no início da partida para evitar o desgaste. O intervalo para reidratação não foi suficiente para dar fôlego aos jogadores e a falta de movimentação favoreceu alguns chutões e brecou qualquer reação nigeriana no segundo tempo.

Isaac, pela Nigéria, teve a melhor oportunidade na etapa. Depois que a bola cruzou a área argentina sem nenhum nigeriano capaz de empurrar para as redes, Isaac recebeu de frente para o gol, mas não conseguiu dominar. A tentativa de escorar por cobertura acabou nas mãos do goleiro Romero.

A Argentina ainda teve algumas oportunidades em jogadas de Aguero, Di Maria, Messi e Riquelme. A estrela do Barcelona chegou a reclamar de um pênalti não marcado pelo árbitro húngaro Viktor Kassai. A melhor chance, porém, aconteceu pouco antes das equipes descerem aos vestiários com um chute de longa distância de Monzón.

No segundo tempo, o gol argentino se concretizou logo na primeira falha de marcação nigeriana. Logo aos 13min, Di Maria recebeu passe de Messi, avançou pelas costas da defesa e tocou por cobertura na saída do goleiro Vankezin para garantir a quinta medalha da Argentina nos Jogos de Pequim.

A Ronaldinho Gaúcho e as demais estrelas da seleção brasileira coube o papel de coadjuvantes da festa argentina. Sem relutar, como fez em Atlanta-96, o time de Dunga vai pisar pela primeira vez no Estádio Ninho de Pássaro para receber a medalha de bronze, conquistada na última sexta-feira, com uma vitória por 3 a 0 sobre a Bélgica.

Argentina
Romero; Garay, Monzón, Zabaleta, Pareja; Gago, Mascherano, Riquelme (Sosa), Di Maria; Messi (Lavezzi) e Aguero (Sosa)

Nigéria
Vanzekin, Okonkwo, Onyekachi, Adeleye e Adefemi; Sani Kaita e Ajilore; Isaac (Ekpo); Obinna, Okoronkwo (Anichebe) e Odemwingie.

Árbitro: Viktor Kassai (HUN)
Auxiliares: Gabor Eros e Tibor Vamos (HUN)
Cartões amarelos: Obinna, Apam (NGR), Di Maria, Monzón, Riquelme (ARG)
Gol: Di Maria, aos 13min do segundo tempo

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