Extrovertido para uns, arrogante para outros, Usain Bolt continua criando polêmica nos Jogos Olímpicos. Dessa vez quem soltou o verbo contra o velocista foi ninguém menos que Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional, que viu certa falta de respeito nas atitudes do jamaicano depois das vitórias nos 100 e 200 m rasos.
"Eu não vejo nenhum problema em Bolt fazer um show. Mas acho que ele poderia mostrar um pouco mais de respeito com seus competidores e apertar as mãos, dar um tapinha nas costas depois das corridas e não agir como ele agiu nos 100 m rasos", reclamou o dirigente, referindo-se aos braços abertos e ao tapa no peito nos últimos metros da corrida do jamaicano.
"Eu entendo a sua felicidade. Talvez ele tenha tido outra intenção no momento, mas a maneira com que isso foi interpretado foi como um 'pegue-me se puderem'", afirmou Rogge. "Isso não se faz. Mas ele vai aprender. Ele ainda é novo".
Na quarta-feira, após vencer e quebrar o recorde dos 200 m rasos, a atitude não foi muito diferente. Bolt levou a corrida a sério até o final, mas após a linha de chegada não se esforçou para cumprimentar os competidores, preferindo enrolar-se na bandeira jamaicana, dançar ao som da música do estádio ou gritar "eu sou número um!" para as câmeras.
"Não é isso que se entende por um campeão", declarou o presidente, sem deixar de enaltecer o feito do velocista. Bolt foi o primeiro a vencer a prova dos 100 e 200 m rasos depois de Carl Lewis em 1984, e o único a fazê-lo quebrando ambos os recordes. "Ele deveria cumprimentar seus adversários e não ignorá-los. Ele vai aprender isso cedo ou tarde. Mas, é claro, ele é um grande atleta".