A estréia do Brasil na disputa feminina do vôlei nos Jogos Olímpicos de Pequim não passou de um treino. Neste sábado, com extrema facilidade, a equipe comandada por José Roberto Guimarães derrotou a Argélia por 3 sets a 0, com parciais de 25-11, 25-11 e 25-10, em 57 minutos.
A partida foi um refresco antes de uma série duríssima. Na segunda-feira, a equipe brasileira enfrentará a Rússia, atual campeã mundial. Na quarta, a adversária será a Sérvia, terceira colocada no último Mundial. Depois, o Brasil jogará contra o Cazaquistão. A forte seleção da Itália, que bateu o time russo no jogo preliminar, será a última adversária na primeira fase.
O próprio técnico José Roberto Guimarães admitiu que o jogo foi um treino de luxo para o confronto contra a Rússia. "Em alguns momentos a gente começou a sacar em posições visando a próxima partida. Contra a Rússia, o saque vai ser fundamental. Por isso a gente já sacou pensando nelas", disse o treinador.
A torcida brasileira compareceu ao Ginásio Capital, em Pequim, para prestigiar a estréia das comandadas de José Roberto Guimarães. Um grupo de aproximadamente 30 pessoas, muitas delas carregando bandeiras de times de futebol, fez bastante barulho. Eles tentaram até fazer uma "ola", mas o resto da arquibancada não entrou na onda.
Os chineses, aliás, vendo a fragilidade da Argélia, apoiaram a seleção local. Os pontos da equipe africana eram mais aplaudidos do que os do time brasileiro, principalmente após a Argélia quebrar uma longa seqüência de pontos do Brasil.
Zé Roberto começou a Olimpíada colocando em quadra a levantadora Fofão, as pontas Paula Pequeno e Mari, as centrais Walewska e Fabiana, a oposto Sheilla e a líbero Fabi. O time demonstrou um pouco de nervosismo nos primeiros pontos, com alguns erros bobos, mas logo se encontrou e deslanchou, marcando dez pontos seguidos.
Assim, fechar a parcial era uma questão de tempo. E o set foi definido em 25 a 11 com um erro de saque de Oukazi, em 17 minutos de jogo.
No segundo set, o Brasil logo abriu 11 a 3 de vantagem. A seleção se desconcentrou com a facilidade encontrada, e permitiu que a Argélia marcasse três pontos seguidos. Em pé ao lado da quadra, Zé Roberto viu Paula Pequeno colocar a bola no chão e devolver a normalidade à partida.
A Argélia melhorou no jogo, com desempenho destacado da líbero Mansouri. O Brasil voltou a cometer erros infantis, mas manteve a dianteira folgada no placar. No tempo técnico, com o marcador apontando 16-10 para o Brasil, Zé Roberto deu uma pequena bronca nas jogadoras.
As atletas voltaram à quadra mais ligadas, atropelando as adversárias. Um ataque de Fabiana fechou o set também em 25-11, em 18 minutos.
No último set, Zé Roberto decidiu testar algumas jogadoras. A meio-de-rede Thaísa entrou no lugar de Fabiana, enquanto a ponteira Jaqueline substituiu Mari. Sassá também entrou no jogo, na vaga de Paula. E o Brasil seguiu dominante, fechando a parcial em 25-10 e o jogo em 3 a 0.
"É bom enfrentar um adversário desses logo na estréia, porque a galera chega ansiosa. No primeiro set a gente estava ansiosa, mas depois passou", analisou a meio-de-rede Fabiana, principal pontuadora do jogo, com 11 pontos.