T.Pereira teve de enfrentar pressão para fazer apenas prova favorita no RJ
Todas as fichas de Thiago Pereira, 30, estavam nos 200 m medley. Uma das bases da estratégia do brasileiro para nadar a prova na Rio-2016 foi priorizar absolutamente a disputa – a final foi realizada na última quinta-feira (11), e ele ficou com o sétimo lugar. Para fazer a Olimpíada que quis, porém, o nadador teve de encarar uma série de pressões externas.
A disputa de 200 m medley é a favorita de Thiago, mas não precisava ser a única na Rio-2016. O nadador sofreu pressão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para tentar também os 400 m medley, mas foi resoluto deste o início e rechaçou a ideia.
A decisão de abdicar do evento teve motivação pessoal – ele considera muito desgastante a rotina de treinos para essa competição –, mas também possuiu fundo estratégico. A ideia do brasileiro era estar ais descansado na Rio-2016, e por isso ele optou por um cronograma limitado.
Thiago caiu na água apenas três vezes na Rio-2016. Foi o programa de provas mais enxuto entre os principais competidores dos 200 m medley – Phelps, por exemplo, já tinha entrado na piscina sete vezes antes da final e encarado maratonas em dias anteriores, com provas encaixadas em intervalos curtos e poucas horas de sono.
“O que me deixa com a consciência tranquila é que foram quatro anos de preparação e que eu não faria nada diferente. Tomaria todas as decisões novamente, e tudo que eu fiz neste ano eu faria novamente. Tem coisa que não é para ser”, lamentou Thiago após a prova final.
Na final dos 200 m medley, Thiago encerrou em primeiro a primeira perna (borboleta). Caiu para a segunda posição no costas e manteve a condição no nado peito. Depois, no livre, desabou. Teve o pior desempenho da última parcial de 50 metros (30s65), algo que o colocaria na penúltima posição nas eliminatórias dos 50 m livre da Rio-2016 – ele só teria batido Frantz Dorsainvil, do Haiti, que fez 30s86.
O nado livre sempre foi a grande deficiência de Thiago no medley, mas a parcial do brasileiro na prova final da Rio-2016 foi surpreendentemente ruim até para quem tem pouca afeição ao estilo.
“Não foi, infelizmente. Qualquer um, assim como eu, sonhava com um resultado melhor. É difícil ver que o suficiente para a medalha é algo que você já fez várias vezes. Se a gente for ver os últimos três Jogos Olímpicos, foi um dos pódios mais fracos”, lamentou o brasileiro. Phelps ganhou a prova, seguido pelo japonês Kosuke Hagino e pelo chinês Shun Wang.