Sétimo dia de provas em Londres consagra heróis e ícones do esporte paraolímpico
Do UOL, em São Paulo
Não há nada mais clichê do que dizer que os atletas que participam das Paraolimpíadas são exemplos de superação. Mas poucas vezes pôde-se dizer isso com tanta verdade como nesta quarta-feira, no sétimo dia de competições dos Jogos de Londres. Confira abaixo como Oscar Pistorius, Terezinha Guilhermina e, principalmente, Alessandro Zanardi escreveram novos capítulos em suas carreiras vitoriosas.
ZANARDI, NOVA HISTÓRIA SOBRE RODAS
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Ao erguer sua bicicleta com uma mão só e abrir um largo sorriso no rosto, o italiano Alessandro Zanardi permitiu que dezenas de fotógrafos registrassem um dos momentos mais emblemáticos da história da Paraolimpíada.
O ex-piloto de Fórmula 1 e Indy, que quase morreu em um acidente que o obrigou a ter as pernas amputadas em 2001 e que ainda se aventurou em provas de velocidade em carros adaptados, agora garantiu sua primeira medalha paraolímpica, logo um ouro, no contrarrelógio H4. E ainda serão mais duas provas de ciclismo em Londres.
TEREZINHA, UM DIA DE QUEDA, UM DIA DE OURO
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Terezinha Guilhermina chegou a Londres pronta para conquistar as três medalhas de ouro que disputaria e confirmar o rótulo brasileiro de potência no atletismo paraolímpico. Mas na terça-feira, ela se solidarizou com seu guia Guilherme Santana, que caiu durante a final dos 400 m, e não completou a prova.
Nesta quarta, qualquer chance de desânimo pelo revés do dia anterior foi ignorada por Terezinha, que venceu os 100 m T11 em um pódio totalmente brasileiro, quebrou o recorde mundial da distância e fez o que dela se esperava em Londres: faturou outra medalha dourada.
PISTORIUS, VITÓRIA E FIM DO CHORORÔ
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Até um ícone do esporte pode manchar sua imagem ao reclamar dos adversários após uma derrota. Foi assim com Oscar Pistorius, que perdeu a final dos 100 m T44 para o brasileiro Alex Fonteneles no último domingo e preferiu criticar as próteses do rival, em reclamações rebatidas por especialistas e cientistas do esporte. Mas como o que se quer ver de Pistorius são vitórias, nesta quarta ele deu ao público seu melhor presente. Apesar de terminar a eliminatória dos 200 m na segunda colocação, foi o destaque da África do Sul no revezamento 4x100 m T42/46 e garantiu seu primeiro ouro em Londres. Amanhã, na final dos 200 m, ele provará em novo confronto com Fonteneles e com o britânico recordista mundial Jonnie Peacock se é mesmo um exemplo e se as críticas do domingo foram um chororô impensado.