Com duas herdeiras do trono britânico, realeza atrai mídia ao hipismo em Londres

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • AFP PHOTO / CARL COURT

    Príncipes William e Harry e Katle Middleton, duquesa de Cambridge, na final que deu uma medalha a Zara

    Príncipes William e Harry e Katle Middleton, duquesa de Cambridge, na final que deu uma medalha a Zara

O hipismo é tradicionalmente visto como um esporte de elite, e às vezes sofre com isso. Em Londres, o contato com a elite parece só ter feito bem ao esporte, que ganhou uma publicidade especial. Com duas herdeiras do trono britânico na disputa das medalhas, a realeza marcou presença na competição e chamou a atenção do público e da mídia.

O grande chamariz, é claro, foi a presença de Zara Phillips. Neta da rainha Elizabeth, ela foi apenas a segunda pessoa da família real do país a disputar os Jogos Olímpicos, depois da mãe dela, Anne, que disputou a edição de 1976, em Montreal. No primeiro fim de semana de disputa, ela levou a prata por equipes no CCE (Concurso Completo de Equitação).

A REALEZA DOMINA O HIPISMO

  • José Ricardo Leite/UOL

    Abdullah Al Saud, filho do rei saudita, competiu em Londres e ganhou o bronze nos saltos por equipe

  • Alan Crowhurst/Getty Images

    Haya, princesa da Jordânia e presidente da FEI, é casada com primeiro-ministro dos Emirados Árabes

Da arquibancada, parte da família real assistia à tudo. Anne, o príncipe Phillip e os primos de Zara, Harry, William e Kate Middleton viram a competição em algum momento. A reunião de personalidades não passou despercebida pela mídia mundial, que registrou com furor a primeira conquista olímpica da família real.

“Acho isso tudo ótimo para o esporte. É muito bom que a gente consiga chamar a atenção de pessoas que não estão acostumadas com o hipismo. O esporte só tem a crescer”, disse o norte-americano Steffen Peters, que competiu no adestramento.

Ao lado dele, esteve uma outra herdeira da rainha Elizabeth, mas essa muito mais distante. Nathalie of Sayn-Wittgenstein é filha da irmã mais nova de Margrethe, a rainha da Dinamarca. Pela mistura constante entre as famílias reais, ela também tem relações sanguíneas com outros reinos, entre eles o britânico.

“Acho que é por causa da minha avó dinamarquesa, que era descendente de inglesas. Eu estou na linha de sucessão, mas depois de umas cem pessoas. É uma relação muito distante”, disse Nathalie, que acha natural que a realeza dentro do esporte chame atenção. “As pessoas sabem quem eu sou. É uma coisa boa, para mim e para o esporte”, completou.

Os Jogos Olímpicos de Londres ainda têm outro atleta de “sangue azul”: o príncipe Abdullah Al-Saud é o príncipe da Arábia Saudita e ajudou a equipe de seu país a ganhar o bronze por equipes. Tradicionalmente, o hipismo é um esporte muito praticado por realezas mundo afora.

A “coincidência” está relacionada ao alto custo do esporte e ao fato dele ser praticado em muitos clubes de relacionamento estreito entre os sócios, ambiente que costuma agradar membros da realeza, geralmente adeptos da discrição. Alguns, no entanto, se envolvem tanto com o esporte que acabam por fazer dele seu trabalho.

Na história da FEI (Federação Equestre Internacional), os cinco últimos presidentes pertenceram a alguma família real. A lista começa com o príncipe Bernard, da Holanda, que assumiu em 1954, passa por Anne, mãe de Zara Phillips e filha da britânica Elizabeth, e termina em Haya Bint Al Hussein, filha do rei da Jordânia.

Amazona, ela foi a porta-bandeira de seu país nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, antes de virar cartola. E como manda a tradição da elite pelo mundo, é casado com outro governante. Haya é, desde 2004, a segunda esposa de Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro dos Emirados Árabes que tem status de realeza em seu país. 

Belas da Olimpíada
Belas da Olimpíada

UOL Cursos Online

Todos os cursos