"Novo Baloubet", cavalo deixa Londres com status de inegociável e é comparado a Ferrari de Schumacher

José Ricardo Leite

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • José Ricardo Leite/UOL

    Cavalo "Big Star" é conduzido pela organização após participar da prova de saltos

    Cavalo "Big Star" é conduzido pela organização após participar da prova de saltos

O cavalo holandês Big Star foi peça importante para o Reino Unido conquistar sua primeira medalha de ouro na prova do saltos no hipismo desde 1952, em prova realizada na segunda-feira.

A montaria do cavaleiro Nick Skelton o ajudou a zerar todos percursos para a equipe britânica levar o ouro. A dupla falhou apenas em sua última apresentação, na final individual, e ficou em quinto lugar.

BRASIL FORA DO PÓDIO

  • REUTERS/Murad Sezer

    Rodrigo Pessoa passa por obstáculo durante final do salto individual do hipismo em Londres; em dia ruim, ele e Doda ficam fora do pódio

Mas Big Star tem apenas 9 anos, idade mínima para poder se participar de uma edição das Olimpíadas. Tem pelo menos mais duas edições de Jogos em alta performance. Virou o preferido dos cavaleiros e já é comparado ao lendário francês Baloubet du Roet, que chegou ao ouro em Atenas-2004 montado pelo brasileiro Rodrigo Pessoa.

“Pra mim, o melhor é o Big Star. É o cavalo do momento. É o Baloubet de hoje. Esse Big Star não tem preço. Não vão vender. Podem vir com qualquer grana. É a Ferrari nos anos do Schumacher”, falou o cavaleiro ucraniano Cassio Rivetti. “É bonito vê-lo saltar, ele faz isso fácil. Ele quase sempre zera, lembra muito o Baloubet, que talvez tenha sido o melhor da história”, completou o belga Jos Lansik.

Big Star pertence ao inglês Beverley Widdowson, um fanático criador de cavalos, que já recusou uma milionária proposta pelo animal, segunda conta o brasileiro Doda.

 “É o cavalo número 1. Já tiveram ofertas nele de quase 10 milhões de euros e o cara não vendeu. O cavaleiro dele é muito bom e  tem muito mérito por formar esse cavalo com tamanha categoria, fez um trabalho de base perfeito, mas, sem dúvidas, o cavalo é excepcional”, afirmou.

Skelton fez vários elogios ao seu cavalo e disse que não há preço que se pague por ele. "Ele é muito bom tecnicamente e tem a parte psicológica incrível. Nada o assusta, ele está sempre tranquilo e sabe o que fazer nos momentos de pressão”, disse. “Seu valor? Eu não sei. Não tem preço que se pague nele”.

Condutor de Baloubet du Roet em Atenas, o brasileiro Rodrigo Pessoa disse que Big Star é o melhor de hoje e admitiu que tem nível para ser comparado com Baloubet, considerado por muitos o melhor de todos os tempos. “É o melhor cavalo do mundo atualmente. São semelhantes, são semelhantes sim”, disse.

Brasileiros em Londres - dia 12
Brasileiros em Londres - dia 12

Ter bons cavalos foi, por sinal, um dos pedidos de Rodrigo para que o Brasil possa melhorar seu desempenho no hipismo. Após o ouro de Pessoa em Atenas-2004 e dois bronzes por equipes em Atlanta-1996 e Sydney-2000, o Brasil ficou sem medalhas na prova de saltos do hipismo pela segunda edição consecutiva dos Jogos Olímpicos. “Temos que trabalhar para ter cavalos mais competitivos. Temos cavaleiros de qualidade, mas nos falta um pouco de cavalo”, falou.

“É difícil encontrar cavalo novo e com qualidade. São fundos que precisamos, investimentos para chegar com quatro, cinco, seis cavalos competitivos. É qualquer investimento, comercial, privado, doação, para podermos conseguir. Temos suporte importante do COB, mas precisamos de mais. Os preços hoje estão atingindo cifras altas e precisamos de recursos pra encontrar cavalos à altura dos cavaleiros que temos”, finalizou.

 

 

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