Números mostram Neymar menos 'fominha' na seleção do que no Santos e mais acionado

Carlos Padeiro e Lucas Tieppo

Do UOL, em Newcastle (Inglaterra) e São Paulo

  • REUTERS/Nigel Roddis

    Neymar recebe a bola 60 vezes por jogo na seleção e parte para o drible 7,3, em média

    Neymar recebe a bola 60 vezes por jogo na seleção e parte para o drible 7,3, em média

É comum ouvir que o Santos é muito dependente de Neymar. Mas os números mostram que o atacante também assume o papel de protagonista na seleção brasileira. Na comparação entre as atuações no seu clube em 2012 e nas três partidas pelos Jogos Olímpicos de Londres, é possível concluir que o jovem atleta é mais acionado no time de Mano Menezes, onde joga de forma mais coletiva.

OS NÚMEROS DE NEYMAR

NA OLIMPÍADA NO SANTOS 2012
60 bolas recebidas 44,4 bolas recebidas
52 passes
48 certos e 4 errados
32 passes
26 certos e 6 errados
7,3 dribles 9,2 dribles
5 finalizações a gol 4 finalizações a gol
2 gols em 3 jogos 29 gols em 31 jogos

Na primeira fase da Olimpíada, Neymar recebeu em média 60 bolas por partida, com destaque para a vitória sobre Belarus, quando foi procurado 97 vezes. Pelo Santos, nos 29 jogos no ano (Paulistão, Libertadores - sem os dois primeiros jogos da campanha - e Brasileirão) analisados pelo Datafolha, o atacante recebeu 44,4 bolas em média.

A diferença, no entanto, fica para o número de passes e dribles. Com a camisa verde e amarela, Neymar toca a bola 52 vezes em média, sendo 48  passes certos e quatro errados, e dribla 7,3 vezes por partida. No Santos, são 32 passes por jogo, sendo 26 certos e seis errados, e 9,2 dribles.

Ou seja, na seleção Neymar é menos 'fominha', utilizando uma gíria do futebol. Procura mais os companheiros, com quem divide a responsabilidade pelas ações ofensivas, algo que não consegue fazer no Peixe.

O curioso é que, após a vitória por 3 a 2 sobre o Egito, na estreia, o astro de 20 anos foi criticado pelo técnico Hany Ramzy justamente por ser individualista. “Todo mundo sabe que o Neymar é uma grande estrela, eu disse isso aos meus garotos. Mas também ele tem que jogar mais pelo time, não apenas para se exibir para ele mesmo. É muito habilidoso e jovem, vai aprender, e se jogar mais pelo time será positivo.”

Na ocasião, o santista se defendeu. “Não concordo. Jogo para o time, o que quero é ajudar a minha equipe, ajudar a seleção brasileira a ganhar."

Com a camisa 11 do Brasil, o atacante finaliza cinco vezes a gol por partida, com dois chutes certos e três errados. Ele marcou dois gols em três duelos na Olimpíada, além de um de pênalti no amistoso contra o Reino Unido, e realizou duas assistências, uma delas de calcanhar, no triunfo de virada sobre Belarus. No Santos, são quatro chutes em média, com 50% de aproveitamento e 29 gols em 31 jogos.

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