Brasil volta a jogar bem e atropela a Rússia com vitória convincente por 3 a 0
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
REUTERS/Ivan Alvarado
Jogadores brasileiros comemoram ponto contra a Rússia; depois de muito tempo, seleção voltou a ir bem
Depois de uma estreia claudicante, a seleção de vôlei masculino convenceu. Diante da Rússia, um adversário de peso, o Brasil mostrou uma força que não exibia há tempos e venceu por 3 sets a 0 (25-21, 25-23 e 25-21), até com certa facilidade, dada a dificuldade dos rivais em questão.
"Contra esses times de tradição a gente nunca espera um 3 a 0. Hoje foi um jogo muito pesado, mas várias vezes conseguimos marcá-los, apesar da altura que eles têm", disse Murilo, principal pontuador do jogo com 13 bolas no chão, ao lado do russo Muserskyi.
O resultado dá folga ao Brasil no grupo A, que ainda tem Sérvia, Tunísia, Estados Unidos e Alemanha. O time de Bernardinho agora tem duas vitórias e está empatado com os EUA na primeira colocação da chave, que classifica quatro à próxima fase.
Mais que os pontos e a vitória em si, no entanto, o que animou o público e os próprios jogadores foi a maneira que a equipe ganhou. Com Bruninho afiado, todos os atacantes participaram bem do jogo, o Brasil não vacilou além da conta em nenhum fundamento e o placar esteve sob controle em praticamente toda a partida.
E, ao contrário do que aconteceu na estreia contra a Tunísia, não se pode culpar a fragilidade do adversário. A Rússia que está na disputa olímpica é praticamente a mesma que, no ano passado, venceu o próprio Brasil na final da Liga Mundial e ganhou a Copa do Mundo no Japão (quando levou um 3 a 0 da seleção no meio do torneio).
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Só que o Brasil, no papel, também é o mesmo que não convenceu em 2011 e esteve muito mal na Liga Mundial deste ano, terminando o torneio no sexto lugar. Bruninho, Lucão, Sidão, Murilo, Dante, Leandro Vissotto e o líbero Serginho, nesta terça, mostraram um desempenho totalmente diferente do que estava fazendo, inclusive em relação à estreia contra a Tunísia.
Com o saque acertado, a seleção quebrou o passe rival, foi firme no ataque e controlou o jogo parelho do primeiro set. No fim, deu tempo até para um bate-boca entre Dante e o time russo, que reclamou do ponto que decidiu a parcial em 25 a 21, irritando o brasileiro.
De bem com os nervos, o Brasil foi ainda melhor no segundo set. O time chegou a abrir uma distância de cinco pontos e se deu ao luxo de relaxar no fim. Os russos ameaçaram chegar perto, mas viram Bruninho e companhia fecharem em 25 a 23.
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Na parcial que seria a decisiva, a Rússia acordou. Os europeus ameaçaram abrir vantagem, o Brasil reagiu e o jogo ficou parelho, em seu momento mais equilibrado. Não ajudou em nada o time russo ter errado aos menos dois saques decisivos. Mas também não foi bom para a seleção ver um ponto dos rivais após um rali emocionante que teve cerca de sete trocas de bolas, com grandes defesas dos dois lados.
Só que o placar seguia apertado. O Brasil só conseguiu uma folga quando Lucão foi para o saque. Como fez em toda a partida, ele dificultou muito a vida da defesa da Rússia e garantiu dois pontos em sequência, o suficiente para que a equipe fechasse a partida em 3 sets a 0.