O atropelo que a seleção brasileira de vôlei aplicou na Rússia nasceu de uma equipe concentrada e com postura agressiva durante toda a partida. Diferente, por exemplo, do que se viu nos jogos do Brasil na Liga Mundial, quando acabou ficando fora até mesmo do pódio. Para o técnico Bernardinho, o grupo cresceu com as derrotas recentes.

"O time mais treinado dá confiança. Não são palavras bonitas que dão confiança. Se a derrota serve para alguma coisa, é para trazer lições. Nós tivemos não apenas derrotas, mas sim uma postura ruim", ressaltou o técnico, em entrevista ao Sportv.

O comandante brasileiro lembrou ainda do jogo contra Cuba, já na fase decisiva da Liga Mundial. Na ocasião, o time perdeu por 3 sets a 0 em atuação terrível. Segundo Bernardinho, a partida acendeu um sinal de alerta na cabeça dele, que também confessou ter ficado "assustado".

"O jogo contra Cuba foi o ponto mais baixo da nossa longa trajetória. Eu achei que teria de começar do zero. Pensei: 'como eu vou começar do zero a duas semanas da Olimpíada?' Mas aí contra a Polônia já vi uma atitude diferente. Ali o que faltou foi qualidade (contra a Polônia). O que foi importante hoje (nesta terça) foi a luta, a atitude permanente. O segundo passo foi dado, mas ainda falta muita coisa", ressaltou o técnico.

Desde a eliminação na Liga Mundial, no começo de julho, a seleção passou três semanas em treinamento e concentração em Saquarema, no Rio de Janeiro, com folgas apenas nos fins de semana. O longo período de treinos fez bem, e o Brasil fez duas boas exibição na Olimpíada - a vitória contra os russos e contra a Tunísia, na estreia.

"Perder ou ganhar faz parte do esporte. A gente acostumou mal o torcedor com tantas vitórias. Mas na derrota a gente cresce, e aprendemos muito com o que aconteceu na Liga. Agora, o que passou fica para trás e a gente só pensa no objetivo final, que é a medalha olímpica", declarou o oposto Leandro Vissotto, um dos destaques da equipe na vitória.