Rússia é melhor no "jogo dos sete erros" e complica o Brasil no basquete
Do UOL, em São Paulo
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REUTERS/Sergio Perez
Jogadoras do Brasil lamentam derrota para a Rússia, a segunda seguida da seleção
Arremessos no aro, tiros precipitados, passes errados, marcação ruim, desatenção geral, escalação duvidosa e desânimo. O número de problemas do duelo entre Brasil e Rússia no duelo pela segunda rodada do Grupo B do basquete feminino foi alto.
As russas foram um pouquinho melhores. Mesmo não jogando uma partida brilhante, venceram por 69 a 59. O resultado complica o Brasil na classificação. Após perder dois jogos em que, por alguns momentos parecia possível vencer, as brasileiras têm mais três jogos pela frente.
Se perder um, se classifica, mas o rival devem ser os EUA. Com vitória nos três, o rival nas quartas será, teoricamente, mais fácil. O problema é que, na quarta, às 10h30m, o rival é a atual vice-campeã olímpica Austrália, que, ainda por cima, entra no jogo mordida, após a derrota nesta segunda para a França na prorrogação.
Brasileiros em Londres - dia 3
Os sete erros
Quem assistiu à partida conseguiu ver, pelo menos, sete erros do Brasil. Os dois primeiros, arremessos no aro e tiros precipitados, foram o grande calcanhar de Aquiles. Tanto brasileiras (41% nos tiros de dois pontos e 31% nos de três), quanto russas (36% de dois e 41% de três) amassaram o aro, mesmo em movimentos livres. Para as brasileiras, o problema foi ainda maior.
ÉRIKA É O ACERTO ENTRE OS ERROS
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Para não dizer que só falamos dos erros, o jogo brasileiro teve um ponto brilhante. A pivô Érika é uma exceção dentro do time. Terminou como a cestinha do jogo com 15 pontos e ainda pegou 18 rebotes (o mesmo que todo o restante do time verde-amarelo...) e deu três tocos – foi a melhor do jogo nas três estatísticas.
Com as gigantes russas em sua frente, achar um arremesso tranquilo era uma tarefa árdua. Em grande parte dos quatro períodos, a solução foi ignorar isso e (entra, aí, o segundo erro) fazer chutes precipitados: o aproveitamento de 31% dos chutes de três é resultado disso, com nove arremessos errados.
Os passes foram um capítulo a parte. O primeiro tempo fechou com 14 desperdícios de bola brasileiros - no total, foram 19 erros (as russas tiveram 13 desperdícios, mostrando que elas, também, não cuidaram muito bem da posse de bola). O número é altíssimo. Comparando com o número de assistências do primeiro tempo, o Brasil deu duas bolas para as russas a cada passe para cesta.
Sorte para o time de Luiz Claudio Tarallo que a Rússia esteve bem longe da perfeição. Essa imperfeição foi a razão para o Brasil ter chegado ao intervalo só cinco pontos atrás (31 a 26) e ter liderado o jogo em alguns momentos. Em vários lances, as russas não aproveitavam rotações erradas da defesa brasileira e, mesmo com uma gigante marcada por uma baixinha, a bola não caia (novamente, 36% de aproveitamento nos chutes de dois).
Quando isso acontecia, também era possível ver o quinto erro, a desatenção: se os chutes europeus não entravam, o time tinha de tentar bloquear as rivais no rebote defensivo. Não conseguiram: boa parte dos rebotes russos foram ofensivos (14, contra 25 defensivos) - o Brasil se deu bem também nesse fundamento, novamente porque a Rússia cometeu os mesmos erros.
Voltando à altura da Rússia, Tarallo, em grande parte do jogo, colocou Damiris jogando no perímetro. Desde o início da preparação a jogadora esta sendo usada assim. Compreensível, pela altura das alas brasileiras e a dificuldade de marcação, mas a aposta acaba sendo ineficiente no ataque. A ala brasileira fez sete pontos no jogo, mas só quando entrava no garrafão. A prova disso: acertou só três dos 12 arremessos que tentou.
O sétimo erro é mais uma observação. O Brasil, apesar dos problemas, não deixou a Rússia abrir no placar e chegou a estar em vantagem em alguns momentos. Mas, quando você observava o banco de reservas, nada de vibração. O ápice aconteceu durante o terceiro quarto: o time voltou perdendo do intervalo, tirou cinco pontos das russas e virou o jogo. Érika perdeu a paciência e gritou em direção ao banco. Pena que a vantagem não durou muito tempo.