Hope Solo contará em autobiografia após Olimpíada como foi sequestrada pelo próprio pai
Do UOL, em São Paulo
Thomas Peter/Reuters
Hope Solo, goleira americana (10/07/2011)
Uma das musas do esporte mundial, a norte-americana Hope Solo decidiu contar sua história em uma autobiografia. A goleira da seleção de futebol dos Estados Unidos publicará o livro de sua vida logo após os Jogos Olímpicos de Londres-2012, revelando um histórico de problemas em suas vidas particular e profissional, e como deu a volta por cima para se tornar uma esportista de nível mundial.
O livro, chamado “Solo: A Memoir of Hope”, em trocadilho feito com o seu nome (Memórias de Esperança, em inglês), conta, entre outras coisas, a relação da musa com o pai, que sequestrou a goleira e o irmão da casa onde viviam com mãe e os levou para morar em Seattle. Fala, ainda, da vida social da atleta depois de se tornar uma celebridade, e da carreira de esportista, desde os primeiros passos no futebol até os dias mais recentes.
“É uma ideia que tive há muito tempo. Todos sabem que minha vida é cheia de loucuras, e foi assim durante toda ela, então sempre tive a vontade de fazer isso no futuro.”, afirmou Solo, em entrevista ao portal norte-americano NBCOlympics, contando que o projeto teve uma duração de quase nove anos.
“Na verdade, eu comecei a escrever em 2003 quando estava morando sozinha na Suécia. Mas nunca tive confiança em mim mesma quando tinha 20 e poucos anos, para chegar e dizer: ‘ok, pessoas, esta é minha vida, vão lá e me julguem’. Mas hoje tenho 30 anos, sei quem sou e de onde vim, e não tenho vergonha. Estou em um bom momento da minha vida agora, e as pessoas podem olhar para ela e fazer seus próprios julgamentos”, explicou.
Solo escreveu sua autobiografia em parceria com a jornalista Ann Killion, premiada nos EUA pelo conhecimento em esporte. A goleira afirmou que a escolheu por ela conhecer a história do futebol feminino, fator que a pouparia de explicações mais profundas sobre o tema.
“Eu achei que trabalharia com um jornalista homem, sem motivo. Mas acabei trabalhando com Ann porque queria alguém que entendesse da complexa e rica história da seleção feminina de futebol. Ela conhece tudo, e pode dizer bem as dificuldades e o glamour de ser uma atleta profissional. Como estou contando a minha história, não queria também ter que contar os 15 anos de história da seleção de futebol”, argumentou.
Hope Solo não se preocupou com a exposição que a sua vida particular terá a partir da publicação do livro. Pelo contrário: a musa crê que será bom esclarecer algumas informações que são erroneamente publicadas pela imprensa de seu país.
“Sou uma pessoa realmente comedida em termos de vida social fora do esporte, minha vida amorosa, tudo isso mantenho escondido. Mas ao mesmo tempo, as pessoas contam coisas sobre a minha vida, meu pai sem teto, sabem que minha mãe era alcoólatra. Mas eles não sabem a verdade. Isso é algo de que não me envergonho, mas continuarei a resguardar minha vida pessoal”, contou.
"Só quero que as pessoas não me julguem com os seus olhos, mas sim com o coração. Sou uma das atletas mais simpáticas do esporte, e também uma das mais odiadas, e não tenho lá muitos fãs por isso. Não que eu esteja tentando ganhar fãs na marra, mas estou confiante no que represento e no meu jogo dentro do campo. É uma oportunidade para as pessoas verem que não se pode julgar um livro pela capa, que há mais em uma atleta do que aquilo que vemos pela televisão", sentenciou.