Sul-africana que passou por teste de sexualidade será porta-bandeira em Londres
Do UOL, em São Paulo
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REUTERS/Roni Rekomaa/Lehtikuva
Caster Semenya, que já teve de provar que é mulher, será porta-bandeira da África do Sul em Londres
O Comitê Olímpico Sul-Africano anunciou nesta quarta-feira que a campeã mundial de atletismo Caster Semenya, de 21 anos, será a porta-bandeira do país na cerimônia de abertura dos Jogos de Londres-2012, no próximo dia 27 de julho.
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A sul-africana Caster Semenya, de 21 anos, é uma das atletas que já tiveram a desagradável experiência de passar pelo que deve ser o maior constrangimento para uma competidora de alto rendimento: ter que provar que é mulher.
“Caster é um modelo exemplar para todos os esportistas e mulheres da África do Sul”, declarou Gideon Sam, presidente da entidade. “Ela provou por si mesma ser uma inspiração diante das adversidades e nós temos certeza de que essa inspiração tocará cada um dos membros da nossa delegação olímpica”.
A principal adversidade à qual o dirigente se referiu é o teste de sexualidade ao qual Caster foi submetida no Mundial de 2009, após conquistar a medalha de ouro dos 800 m no Mundial de atletismo, em Berlim. Ao todo, foram 11 meses à espera do resultado final dos exames, que comprovaram que a atleta era mulher, apesar de uma doença cromossomática que a fazia ter também características masculinas.
Embora a medalha de ouro tenha sido mantida, Caster Semenya teve problemas em conseguir patrocínio após o teste de 2009. Ainda assim, no Mundial de 2011, em Daegu, ela voltou a subir no pódio, desta vez ao conquistar uma prata.
O Comitê Sul-Africano admitiu ainda que, além de Caster e outros esportistas, o também meio-fundista Oscar Pistorius foi cogitado para a função de porta-bandeira. O atleta dos 400 m está inscrito para o revezamento da distância em Londres e será o primeiro biamputado da história a disputar uma Olimpíada.