Prova em "quintal de casa" opõe êxtase e calor com Maurren e frieza e decepção com Murer
José Ricardo Leite
Do UOL, em São Paulo
As duas são as melhores atletas brasileiras da história em suas modalidades e esperanças de boa participação nos Jogos Olímpicos de Londres. Mas Maurren Maggi e Fabiana Murer se apresentaram no Ibirapuera, na quarta, no GP São Paulo de atletismo, com momentos e reações distintas.
A etapa marcou o último contato das com público da cidade onde residem antes da Olimpíada inglesa.
Maurren, do salto em distância, teve sua disputa vista de maneira frontal pelas arquibancadas. O público assim se concentrou quase que exclusivamente em torcer por esta prova enquanto outras aconteciam simultaneamente. O melhor salto da brasileira, 6m85, foi quase comemorado como um gol.
A reação da atleta de São Carlos após a vitória, que lhe rendeu a terceira melhor marca do ano, foi proporcional. Em êxtase, disse até que vai ser difícil pará-la nos Jogos de Londres.
“Estou com muita, muita confiança. A confiança vem de dentro. Eu estava muito confiante para fazer um bom resultado aqui. Aqui é o quintal da minha casa, todo mundo sabe. Eu estando bem, não tem como não saltar. Muita emoção, está sendo incrível. Mais um ano mágico e brilhante na minha vida”, falou.
“Faço valer a pena. Estou mostrando que estou fazendo valer a pena, mais uma vez na minha vida. Na Olimpíada quero brigar, e vai ser difícil me derrubar. Foi uma marca espetacular. Estou confiante sei que trabalho muito”, continuou.
Já Fabiana Murer não teve a mesma felicidade na localização de sua prova. O salto com vara foi disputado em um local distante do contato com o público, e poucas pessoas foram para um local descoberto, em momento de chuva, e distante da arquibancada frontal. A relação com a torcida ficou mais fria.
“Estava um pouco mais isolado lá. Quando tem mais gente no estádio, é melhor, fica mais animado, a motivação é maior. Mas o atleta tem que estar concentrado no que vai fazer. Tentei fazer uma boa marca, mas não consegui”, lamentou Fabiana, mas sem querer associar a marca não obtida com o fator torcida.
Ela se mostrou decepcionada por não te feito uma marca que desejava na primeira prova do ano. “Eu acho que não apresentei o que tinha que apresentar. Ela [a rival cubana que ganhou a prova] saltou bem, e eu saltei mal”, falou a brasileira.
“Acabou não saindo [o salto que planejava], eu estava um pouco presa. Não sei explicar o que aconteceu”, continuou.
Mas Fabiana procurou não deixar o abatimento tomar conta e já falou em pensar em melhora e nas próximas competições.
“Eu poderia saltar bem mais alto do que isso. Agora é esquecer essa competição e pensar pra frente porque eu posso saltar melhor”, finalizou.