Zé Roberto vê parte da seleção feminina em má fase e deixa seu futuro nas mãos da CBV

Gustavo Franceschini e Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

  • Diego Shuda/Folhapress

    Zé Roberto comanda a seleção desde 2003, e continuação após os Jogos de Londres ainda é incerta

    Zé Roberto comanda a seleção desde 2003, e continuação após os Jogos de Londres ainda é incerta

José Roberto Guimarães prossegue apostando no bicampeonato da seleção feminina de vôlei nos Jogos Olímpicos, mas mantém os pés no chão.

O técnico concorda que parte da seleção está em má fase e aposta em uma reação. Acrescenta que seu futuro à frente da equipe depende da vontade da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e do que o time jogar até a competição em Londres. 

Como aconteceu antes de Pequim-2008, o técnico aposta em uma reação na hora decisiva. Se ela não vier, porém, ele não sabe dizer se continuará ou não no comando da seleção feminina. “Tudo depende de resultado. Depende da CBV, do Ary [Graça, presidente da entidade]”, disse Zé Roberto, que pode voltar ao Brasil no fim da temporada europeia.

A entrevista ao UOL Esporte foi concedida por telefone da Turquia, onde recentemente ele estendeu o currículo com a Liga dos Campeões da Europa conquistada pelo Fenerbahce.

O feito, inédito para um treinador brasileiro, e a passagem pelo país em si lhe permitiram ver de perto jogadoras como a russa Sokolova, sua comandada em Istambul. A atenção de estrelas mundiais nos Jogos Olímpicos impressionou o treinador, que analisa a situação brasileira. 

“Lógico que quando uma atleta não joga bem você se preocupa, mas eu sei que elas às vezes estão em um momento na carreira que logo passa. Olimpíada é momento”, disse Zé Roberto Guimarães, respondendo sobre a fase de Mari, que fez uma Superliga abaixo da média em sua segunda temporada pelo Unilever, sob o comando de Bernardinho.

Além de Mari, a situação de Natália também preocupa bastante, já que ela não atua desde meados do ano passado por conta de um tumor benigno na canela que foi diagnosticado em junho do ano passado.

A indefinição sobre a levantadora titular (Fabíola, Dani Lins e mais uma atleta não revelada brigam pela vaga) fecha o rol de preocupações de Zé Roberto, que ainda torce para que nenhuma lesão atrapalhe o planejamento, como aconteceu no ano passado. 

Na Copa do Mundo de 2011, Jaqueline, Natália e Fernanda Garay tiveram lesões e não puderam ajudar o time a brigar por uma vaga olímpica.

“No último ciclo, nós perdemos o Pan de 2007 para Cuba e tivemos nosso pior ano. 2011 foi o ano mais difícil do ciclo atual. Tivemos muitas baixas na mesma posição, e é difícil substituir atletas como essas. O time fica sobrecarregado e sente”, disse Zé Roberto, que rechaça ter havido qualquer problema de relacionamento entre as atletas. 

Na conversa, Zé Roberto ainda pôde confirmar a proposta de uma equipe feminina que deve ser criada em Campinas, além de um time masculino cujo nome ele não revelou.

A saudade da família pode fazê-lo deixar o Fenerbahce, mas a decisão ainda não foi tomada e depende de uma conversa com a direção do clube turco. 

José Roberto Guimarães
José Roberto Guimarães

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