Ary Graça lamenta ausência de Ricardinho na seleção e aposta em bi olímpico no feminino
Do UOL, em São Paulo
CBV/Divulgação
Em entrevista nesta sexta, Ary Graça falou sobre as seleções de vôlei e sobre sua candidatura na FIVB
O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça, lamentou nesta sexta-feira que o levantador Ricardinho não faça mais parte da seleção masculina de vôlei.
O dirigente revelou ter uma relação bastante próxima com o jogador, mas avisou que não fará nenhuma pressão para que haja um entendimento entre ele e o técnico Bernardinho.
ARY DIZ QUE DEIXARÁ CBV SE ASSUMIR PRESIDÊNCIA DA FIVB
No Arena desta sexta-feira, além de falar do desempenho das seleções brasileiras de quadra e das duplas de vôlei de praia, Ary Graça ainda comentou sua candidatura ao cargo de presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei). O dirigente revelou ter apoio de quase todas as confederações continentais e se mostrou confiante na vitória.
“Eleição é eleição, mas, em princípio, não vejo muitas chances para os dois adversários. O australiano acho muito difícil ter mais do que 12, 13 votos. Já os Estados Unidos, eles formam grandes times, é um país milionário, mas não existe público no vôlei. Eles têm um trabalho interno muito grande a fazer e não vejo muita coisa a nos mostrar”, analisou Ary, que prometeu ainda deixar o cargo de presidente da CBV caso vença a eleição mundial, em setembro.
“Legalmente, nada de me impede [de conciliar os cargos]. Não há nada no estatuto da FIVB nem no nosso. Mas, em princípio, se eu for eleito, eu me licencio do cargo e assume meu primeiro vice”, avisou o cartola.
“Vejo isso com muito pesar. O Ricardinho é meu amigo pessoal, eu adoro ele, mas é uma situação técnica na qual não me envolvo. Nunca escalei ninguém nem insinuei”, afirmou Ary durante entrevista ao Arena Sportv.
“Houve um problema disciplinar e atribuo a isso o fato de estarmos nessa situação. Mas que ele é o melhor jogador do mundo na posição, não tenho dúvida.”
Titular indiscutível e capitão da seleção brasileira no início da Era Bernardinho, Ricardinho foi cortado do time às vésperas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, e nunca mais voltou à equipe.
Até hoje, nunca houve uma explicação oficial para o corte, sempre tratado com mistério por Bernardinho e pelos outros jogadores que faziam parte da seleção na época.
Em 2010, o treinador afirmou ter convidado Ricardinho a integrar a seleção na Liga Mundial daquele ano, mas o jogador recusou, alegando que estava resolvendo questões pessoais por voltar a jogar na Superliga.
Indiretamente, Ary Graça fez lobby pelo retorno do levantador, mas exaltou outros nomes da posição.
“Não me envolvo no problema deles. Acho que a incompatibilidade, como tudo, pode ser resolvida. Só não se resolve a morte. Não desacredito em nada, e, caso haja uma possibilidade, não tem problema nenhum. Mas hoje tenho Bruninho, Marlon, Sandro, Raphael, Rodriguinho, William, o que não falta é levantador. Se vamos reconciliar ou não, não compete a mim”.
Se no vôlei brasileiro masculino há uma abundância de bons levantadores, no feminino não parece ser assim, fato que tem ocasionado um rodízio entre Fabíola e Dani Lins na seleção titular.
Ary Graça, porém, preferiu dar um voto de confiança às levantadoras e a todo o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães.
“Acho que as levantadoras hoje estão amadurecendo e devem chegar à Olimpíada no nível da Fofão, da Fernanda [Venturini], mas é uma decisão do Zé”, disse ele.
“Esse ano (2011), a seleção feminina não foi bem. Mas a vida profissional tem momentos de dificuldade. Tecnicamente falando, eu acho que essa seleção vai chegar ao bicampeonato olímpico (em Londres-2012). Só temos que cuidar que fatores externos não influenciem”.