Ginastas brasileiras minimizam crise e apostam em "reforço" Jade para conquistar vaga olímpica

Felipe Rocha

Do UOL, em Londres (ING)

  • Felipe Rocha/UOL

    Jade, Daiane e Daniele são as principais esperanças para a conquista da vaga olímpica

    Jade, Daiane e Daniele são as principais esperanças para a conquista da vaga olímpica

Discussões públicas, resultados negativos e dependência das atletas mais experientes: a ginástica feminina do Brasil vive sua maior crise desde 2001, quando o esporte ganhou destaque nacional, após a primeira medalha do país em mundiais, conquistada por Daniele Hypolito.

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A arena North Greenwich traz ótimas recordações ao ginasta Arthur Zanetti. O primeiro "grande resultado" do atleta brasileiro foi conquistado justamente no local onde será disputado o Pré-Olímpico de ginástica artística, que tem início nesta terça-feira, e que também será o palco da modalidade na Olimpíada de 2012.

“Neste mesmo ginásio, com as argolas naquele mesmo lugar onde elas estão, conquistei meu primeiro grande resultado na seleção adulta (a quarta colocação nas argolas, no Mundial de 2009). Era uma coisa que não esperava na época, acabou vindo, e claro que voltar aqui me enche de confiança. Meu objetivo é ser campeão olímpico nesta arena”, afirmou Zanetti. Leia mais

A equipe brasileira chega ao Pré-Olímpico de Londres, disputado na arena North Greenwich, e que também será o palco do esporte na próxima Olimpíada, depois de fraco desempenho no Mundial de Tóquio e no Pan-Americano de Guadalajara, ambos no fim do ano passado. Como se não bastasse, as ginastas brasileiras ainda trocaram farpas publicamente durante a competição no México e chegam à capital inglesa pressionadas pela fase conturbada.

“Em 2011, nossa aclimatação no Japão (no Mundial de Tóquio, em outubro) não foi boa, teve a contusão da Jade e as meninas ainda assistiram à ascensão da equipe masculina. De repente, elas já não eram o centro das atenções como antigamente e isso também abala. Chegamos ao Pan desgastadas porque o Mundial foi muito duro e no final ocorreu toda aquela situação”, analisou  Georgette Vidor, coordenadora da seleção feminina.

Após o treinamento de pódio desta segunda-feira, as ginastas mais experientes do grupo, Daiane dos Santos, de 28 anos, e Daniele Hypolito, de 27, negaram que o clima continue ruim entre elas.

“Acho que resolvemos os problemas que tinham que ser resolvidos. Não eram problemas entre a gente, mas outros problemas que prefiro não comentar. Graças a Deus, está tudo tranquilo e isso nos ajudou a treinar bem. Em relação ao Pan, agora temos a ajuda da Jade, a equipe está preparada e temos confiança que podemos conquistar uma vaga pra Olimpíada", disse Daiane.

“O que atrapalha um pouquinho é que uma palavra errada causa um tumulto enorme. Mas estamos bem, treinamos juntas desde o dia primeiro de dezembro e o clima melhorou bastante. Essa concentração fez bem pra gente”, completou Daniele Hypolito.

Após a modesta quinta colocação no Pan de Guadalajara, a equipe aposta em um bom desempenho da ginasta Jade Barbosa, que não esteve na competição mexicana por causa de uma lesão no tornozelo.

“Na verdade, a equipe não sou só eu. Não adianta eu acertar 100% e as outras meninas errarem tudo. Ou eu errar tudo e elas acertarem. É um conjunto”, minimizou a atleta de 20 anos de idade.

Além de Jade, Daiane e Daniele, a seleção será representada no Pré-Olímpico por Ethiene Franco, Adrian Gomes, Priscila Cobello e Bruna Leal. O Brasil disputa uma das quatro vagas olímpicas com outros sete países: Bélgica, Canadá, Espanha, França, Itália, Coreia do Sul e Holanda.

As eliminatórias femininas serão disputadas nesta quarta-feira, dia 11, quando serão conhecidas as equipes classificadas para Londres 2012. As finais individuais por aparelhos acontecerão entre quinta e sexta-feira.

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