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Brasileiras falham em último salto e agora dependem de milagre por Rio-2016

Satiro Sodré/ SSPress/CBDA
Ingrid Oliveira durante salto na Copa do Mundo do Rio de Janeiro imagem: Satiro Sodré/ SSPress/CBDA

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Faltava um salto para as brasileiras Ingrid Oliveira e Giovana Pedroso conseguirem classificação para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Agora falta um milagre. Por motivos diferentes, as duas representantes nacionais na disputa individual da plataforma de dez metros saíram da zona de classificação apenas na rodada final da Copa do Mundo de saltos ornamentais, neste sábado (20), no Parque Aquático Maria Lenk.

Ingrid acabou a fase preliminar na 24ª posição, e Giovana foi a 27ª. As 18 mais bem colocadas garantiam classificação para as semifinais da Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos deste ano.

Além das 18 mais bem colocadas deste sábado, as 12 melhores do Mundial de Kazan (Rússia), disputado no ano passado, asseguraram vaga na Rio-2016. A classificação para os Jogos Olímpicos ainda abrange o desempenho de competições continentais (os campeões dos Jogos Pan-Americanos, por exemplo), com um limite de dois saltadores por país.

No dia 7 de março, a Fina (Federação internacional de esportes aquáticos) vai anunciar o resultado de um cruzamento entre essas listas. Atletas que já haviam conseguido vagas em torneios continentais ou no Mundial terão descartado o desempenho na Copa do Mundo. Até 34 saltadores podem ser inscritos nas provas individuais dos Jogos Olímpicos.

“Eu nem sei em que lugar fiquei hoje [sábado]. 27º? Não, não vai dar. Vou ficar no sincro”, disse Giovana Pedroso após a competição deste sábado. A brasileira concluiu a participação com 267,40 pontos, mas muito do desempenho teve a ver com o último dos cinco saltos, que foi o pior dela (36 pontos): “É um salto que já não estava saindo nos treinos e que também não entrou aqui”.

O pior desempenho de Ingrid também aconteceu no último salto. A pior nota da brasileira nas quatro primeiras tentativas havia sido um 52,80, mas ela obteve apenas 42,75 pontos no fechamento da série.

Se o problema de Giovana foi execução, no caso de Ingrid pesou o baixo grau de dificuldade do salto. O movimento não fazia parte do repertório de competição dela até os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas foi colocado na série para substituir uma rotina que ela errou no Canadá.

Depois da competição, Ingrid foi vista sentada no chão de um dos corredores do Maria Lenk. A atleta chorava muito e não quis conversar com a imprensa.

“Até o quarto salto as meninas vinham ali, entre as 18. No último, no caso da Ingrid, está faltando um salto para completar a série. Ela foi bem, mas fez um movimento com grau de dificuldade baixo, o que não foi suficiente. A Giovana não fez um salto bom, mas era algo que já não vinha bem no treino. Era o movimento em que ela vinha tendo dificuldade”, ratificou Ricardo Moreira, coordenador da seleção brasileira de saltos ornamentais.

“Para estar entre as 18, sabíamos que elas teriam de crescer um pouquinho no último salto. Principalmente a Giovana, já que a Ingrid tinha menos o que fazer por causa do grau de dificuldade. A Giovana tinha de dar uma crescida”, completou o dirigente.

Com base no cruzamento que a Fina vai anunciar no dia 7 de março, os países terão de dizer quantos atletas vão levar aos Jogos Olímpicos. Em Londres, nove atletas entraram além da lista inicial de 18 da Copa do Mundo (justamente o que as brasileiras precisam que aconteça neste ano).

O Brasil já tem vagas asseguradas em todas as disputas sincronizadas dos Jogos Olímpicos. Giovana e Ingrid formam a dupla mais forte do país na plataforma de dez metros.

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